Crônicas

Escritor gosta é de apanhar

Escritor gosta é de apanhar

Quem ficou surpreso ao saber do barraco entre Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa, acontecido em 76 (donde deduzimos que a Literatura Moderna não consiste apenas num soco no estômago do leitor: às vezes vale murro em olho de autor), é porque nunca soube de outros casos, tão mais apetitosos quanto abafados, também envolvendo literatos — e que chegam agora até você, com exclusividade.

Conto gregoriano com nuanças de picardia e de cinismo

Conto gregoriano com nuanças de picardia e de cinismo

No sentido figurado, era apenas mais uma dentre tantas noivas de Cristo. Uma freira cabreira, de olhar contrito, novata nos dilemas existenciais, buscou tento para acudir ao reitor. Pelo fato de ser ele um doutor, haveria de estar mais bem experimentado à dor, ao amor e aos demais cuidados com o andor, pois, o santo era de barro e a vida, nada mais do que uma sucessão de rimas pobres.

A urna e as eleições

A urna e as eleições

Nas poucas coisas em que o Brasil se destaca e é exemplo para o mundo, a criação da urna eletrônica e de um sistema eleitoral seguro deve contar ponto. Na história recente, que político teria coragem de colocar em dúvida a credibilidade do mecanismo que o faz ser eleito? Um certo clima tenso começou a ser cultivado após as eleições de 2014, quando se pediu auditoria dos votos para presidente da República.

O que não se falou após a morte de Elizabeth II, Jô Soares e outras celebridades

O que não se falou após a morte de Elizabeth II, Jô Soares e outras celebridades

Sempre que uma celebridade morre eu preparo meu estômago. Porque sei que as redes sociais vão ser inundadas de mensagens. A maioria é apenas banal. Mas o pior é que muitas revelam dois comportamentos detestáveis: o vampirismo do luto e o ativismo de bar. Duas mortes recentes geraram um dilúvio de demonstrações disso: a da Rainha Elizabeth II e a de Jô Soares. Se você exibiu alguns desses comportamentos que eu vou citar, não fique bravo comigo.

O corpo é uma droga

O corpo é uma droga

Eivado de hipocrisia, reencontrou-a no horário desmarcado. Um acaso dos diabos. Eram dois raios que volta e meia caíam sempre no mesmo lugar. A cama. Largavam-se na cama. Alargavam os horizontes. Zoneavam. A cama era como um campo de entrega, de colheita e de fastio. Ali se plantava. Ali se colhia. Escolheram qualquer colheita, o que viesse já estava de bom tamanho para além do estio.