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O mané-queísmo triunfou

O mané-queísmo triunfou

Vivemos em tempos em que as discussões perderam a nuance e o diálogo cedeu lugar à polarização extrema. O maniqueísmo, que já dividia o mundo em bons e maus, deu lugar ao mané-queísmo, uma lógica ainda mais impiedosa que coloca de um lado os vencedores absolutos e, do outro, os manés. Nesse cenário, quem tenta buscar o equilíbrio, refletir ou se posicionar de forma independente é rapidamente taxado de isentão — um rótulo que, longe de ser neutro, se tornou o ápice da condenação social.

Viagem ao Fim da Noite: Céline entre o silêncio de Adorno e a defesa de Barthes

Viagem ao Fim da Noite: Céline entre o silêncio de Adorno e a defesa de Barthes

A relação entre ética e arte tem sido alvo de debates intensos ao longo da história, especialmente quando a genialidade criativa de um artista entra em conflito com suas escolhas morais. Até que ponto é possível separar a obra do criador, sobretudo quando este se envolveu com ideologias ou ações condenáveis? Essa questão ganha ainda mais relevância diante de figuras que, apesar de seu impacto estético inegável, carregam trajetórias pessoais profundamente controversas. O embate entre a liberdade artística e a responsabilidade ética transcende o campo da literatura, desafiando os limites do julgamento crítico e da memória cultural.

Pelados em Tambaba

Pelados em Tambaba

Verão de 2025. Estávamos estacionados com cara de viagem em frente ao portão que dava acesso a uma parte restrita da bela praia de Tambaba, na Paraíba. Quatro amigos de longa data aguardando a decisão das esposas: iríamos ou não tirar as roupas de banho? Nada mais democrático — e precavido — do que esperar o resultado do conclave feminino.

Meio do Céu: coral de vozes dissonantes

Meio do Céu: coral de vozes dissonantes

Uma forma de escrita vem ganhando mais espaço ao enfrentar os desafios para contar histórias na atualidade. Ela responde à questão de como se pode narrar hoje e como expor uma realidade complexa e confusa. Saem de cena o tradicional narrador em primeira pessoa e também aquele em terceira pessoa. As histórias passam a ser montadas por meio de várias vozes que remetem ao teatro, evidentemente, e a um tipo novo de prosa.

Meridiano de Sangue: uma radiografia estruturalista guiada por Barthes, Genette e o gênio de McCarthy

Meridiano de Sangue: uma radiografia estruturalista guiada por Barthes, Genette e o gênio de McCarthy

A literatura tem o poder de capturar os extremos da experiência humana, transformando o caos em narrativa e a violência em reflexão. Em algumas obras, o tecido narrativo não apenas apresenta eventos, mas desafia o leitor a confrontar as contradições mais profundas da história, da moralidade e do próprio ato de existir. Esses textos se destacam por sua complexidade estrutural, sustentada por escolhas estilísticas rigorosas que entrelaçam tempo, espaço e voz em uma composição que ressoa muito além de suas páginas.