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A Hora da Estrela: Clarice Lispector e a construção de um Prometeu literário

A Hora da Estrela: Clarice Lispector e a construção de um Prometeu literário

A literatura tem o poder de criar personagens que transcendem o papel, ganham vida e se tornam reflexos dos desejos, medos e angústias de seus criadores. Nesse sentido, a obra de Clarice Lispector apresenta uma narrativa em que o ato de criar é também um ato de revelar: o autor, o personagem e o próprio leitor. A protagonista dessa história, embora simples e silenciosa, representa a complexidade da existência humana, enquanto o narrador, envolto em suas inquietações, nos conduz por um jogo metalinguístico profundo. O resultado é uma trama que mescla crítica social, introspecção filosófica e o processo criativo em sua forma mais crua.

Mrs. Dalloway compra as flores: Virginia Woolf e a poesia do comum

Mrs. Dalloway compra as flores: Virginia Woolf e a poesia do comum

Um único dia pode conter uma eternidade. Em meio a rotinas aparentemente banais, gestos triviais e encontros cotidianos, uma narrativa revela a complexidade da vida, das escolhas e do tempo que nunca para. Entre a leveza das convenções sociais e o peso das angústias humanas, dois personagens percorrem caminhos opostos, mas igualmente marcados pela busca de sentido. O silêncio e o ruído da cidade, as memórias e os sonhos, tudo se entrelaça em uma trama que transforma o ordinário em sublime. Uma obra que desafia os limites do romance e mergulha na essência do existir.

Ânus glicosado

Ânus glicosado

Vivia os derradeiros estertores de uma existência calcada pelo trabalho árduo, duro, mal remunerado e pela insignificância absoluta. Em menos de cinquenta anos, eu sequer seria lembrado. Pior que isso: não seria nem mesmo um retrato na parede, conforme descreveu o poeta Carlos Drummond. Naquela altura da vida eu já tinha aprendido que a comparação era a chave da infelicidade.

Adeus ao generoso poeta

Adeus ao generoso poeta

Durante toda minha infância, ouvi histórias do primo Gilberto. Meu pai falava de sua biblioteca, de sua vida no Rio de Janeiro, de sua imensa capacidade de trabalho, de sua generosidade. Invariavelmente, ele me contava a vez em que, vencendo a timidez, enviou-lhe uns versinhos de sua autoria e recebeu, em retorno, uma detida, longa e carinhosa análise. Talvez mais generosa que criteriosa. O poeta deixaria o que estivesse fazendo, por mais importante ou trabalhoso que fosse, para analisar com atenção os parcos e amadores rabiscos dos parentes.

Dom Quixote: um livro para se ler eternamente

Dom Quixote: um livro para se ler eternamente

Muito além de uma narrativa sobre aventuras e desventuras, este romance se consagra como um monumento literário, revelando a essência mais intrincada da experiência humana. Em uma trama onde risos se confundem com melancolia, o autor constrói um espelho atemporal que reflete as tensões entre o ideal e o real, entre a razão e a loucura. Com uma linguagem que oscila entre o sublime e o cômico, a obra desafia o leitor a revisitar seus próprios dilemas e sonhos. Mais do que um livro, é uma meditação sobre a condição humana, uma ode à persistência do espírito em um mundo desprovido de magia.