Perfil biográfico

Tarkovski, o gênio que congelou o tempo

Tarkovski, o gênio que congelou o tempo

O cineasta russo Andrei Tarkovski foi um gênio. Fato. Tarkovski é um dos dez maiores cineastas de todos os tempos. Fato. Tarkovski criou um estilo artístico único e inimitável. Fato. Tarkovski é um dos artistas mais imitados do mundo. Fato. A maior parte de seus imitadores são artistas amadores ou em começo de carreira que pensam que são gênios. Fato. Outro tanto de seus imitadores são diretores talentosos e bem-sucedidos que, já tendo alcançado o reconhecimento profissional, decidem que querem ser gênios.

Alexandre Frota, a falência do Forrest Gump brasileiro que era, deixou de ser, foi de novo e hoje quem sabe? Michel Jesus/ Agência Câmara

Alexandre Frota, a falência do Forrest Gump brasileiro que era, deixou de ser, foi de novo e hoje quem sabe?

David Bowie, Michael Jackson, Christian Bale, James Bond e dr. Lao são conhecidos como verdadeiros camaleões humanos. Cada um deles metamorfoseou-se inúmeras vezes em nome da arte. Essas mudanças, geralmente, faziam parte de atuações performáticas, muitas vezes radicais ou mesmo fatais. Michael Jackson, por exemplo, chegou a se transformar em outra pessoa, muito mais feia e menos talentosa. Nessa pequena coleção de exemplos, a vida imitou a arte. Porém, com Alexandre Frota — sim, Ele mesmo — o buraco é bem mais embaixo.

Luiz Gama, a história do poeta e advogado que foi escravizado pelo pai e virou patrono da abolição

Luiz Gama, a história do poeta e advogado que foi escravizado pelo pai e virou patrono da abolição

Luiz Gama foi um gauche. Ocupou espaços, superou a opressão sistemática, batalhou em meio ao improvável e exerceu sua primaz militância para a integração dos negros aprisionados em tempos de escravidão. Fora o baluarte da incipiente revolução ante a cristalizada dinâmica reacionária dos processos paulatinos abolicionistas. Em tempos de usurpação de biografias, é imperioso pontuar que isso nada tem a ver com meritocracia; ao contrário, é a exceção consciente em estado bruto do pioneirismo antideterminista, apesar dos muitos pesares.

33 anos sem o maluco beleza Divulgação / CBS

33 anos sem o maluco beleza

Tal como a fênix baiana que era, agora aos trancos e barrancos, lutando por uma vida que ainda era sua, mas que lhe escorria por entre os dedos, alquebrado que estava devido à perda de 70% do pâncreas para a bebida — condição que se agravava por causa do novo vicio, em éter —, nos últimos anos Raul passou a se apresentar com o conterrâneo Marcelo Nova que, como ele no princípio de sua trajetória musical, só era conhecido na Bahia, no underground do underground, graças a uma banda maldita, cujo nome nem podia ser pronunciado na conjuntura de bruxas que teimavam em não virar cinzas depois do inferno do regime.

Criador de Blade Runner, Philip K. Dick foi o “Shakespeare da ficção científica”

Criador de Blade Runner, Philip K. Dick foi o “Shakespeare da ficção científica”

Philip K. Dick (1928-1982) é um dos principais nomes de uma literatura vista a princípio como mero passatempo, publicada em revistas baratas nos Estados Unidos, mas que ganhou ares filosóficos por antecipar problemas pertinentes do século 21. Sua prosa também virou referência para diversos autores e conquistou a legião de fãs, por conta das adaptações para o cinema e a televisão. São dele os argumentos de “Blade Runner” (1982), “Minority Report” (2002) e da série “O Homem do Castelo Alto” (2015).