Crônicas

Sobre o envelhecimento dos ídolos, das armas e das rosas

Sobre o envelhecimento dos ídolos, das armas e das rosas

A música sempre teve um poder impressionante de aglutinar e setorizar os grupos de jovens. Fenômeno cultural que remete aos primórdios das organizações sociais, sempre nos juntamos, em especial na adolescência e juventude, àqueles que amam o mesmo tipo de música que nós e, ali, nos dividimos no que se convencionou a chamar de “tribos”.

Mais um otário à frente de seu tempo

Mais um otário à frente de seu tempo

Em tempos de meninice, bom mesmo era relevar, mas, eu não relevava. Certo mesmo era levar a vida na flauta, mas, eu não levava. Prendia o futuro com as mãos em ânsias de devaneio e ele sempre escapava entre os dedos. Nada mais natural. Em dado momento — degredo de mim mesmo — a descoberta da finitude humana fez-me reconhecer que, muitas das vezes, os momentos felizes aconteciam somente pelos lépidos olvidos do sofrimento.

Não deem adeus à nossa bandeira!

Não deem adeus à nossa bandeira!

Nas recônditas salas de aula do pré-escolar, as crianças são postas a se entreter na tarefa de pontilhar, em papel ofício, a bandeira do Brasil com as suas cores correspondentes, seja com giz de cera, lápis de cor ou com pequenas bolinhas de papel, em colagens desastradas para o manuseio de crianças de quatro anos.

Do que é mesmo que os cães estão rindo

Do que é mesmo que os cães estão rindo

João é um canídeo ordinário, sem raça, sem pulgas e sem boletos. É vê-lo sentado daquele jeito e enxergar graça do bichinho. Tenho uma certa queda por cães desclassificados com ar patético. Nota-se que o vira-latas abana o rabo de um lado para o outro, como se fora um espanador a varrer o assoalho da varanda. Ao abanar o rabo, os cães encontram uma forma explícita e direta de demonstrar gratidão, apreço, felicidade e compaixão.

Vinil de quê?

Vinil de quê?

Ele se parece com uma loja de CDs, dessas de bairro dos anos 90. Eu sei, vocês devem estar se perguntando “como é possível uma pessoa se parecer com uma loja de CDs?”, e não qualquer loja, é dessas de bairro, com a entrada entre uma lanchonete e uma barbearia, cheias de resquícios do marketing dos anos 1970 e 80. Se reparar bem, logos da Coca-Cola estão por todos os lados.
Pois ele se parece! Apesar de, claramente, ter nascido nos anos 80, sua aparência não me engana. Incontestavelmente, uma loja de CDs dos anos 90.