Crônicas

Grupo do zap

Grupo do zap

A mensagem diária de bom dia aparece acompanhada de uma imagem colorida: pode-se ver o mar e o horizonte, o sol surgindo. Um dos administradores cumprimenta a todos no grupo, mas sem imagem. É respondido por outro administrador, rico empresário. Em seguida, o jovem, chamado pelos demais de Jornalista, surge com seus Informes do dia. Letras em negrito e carinhas e mãozinhas e coisas do tipo, chamam a atenção dos leitores idosos, ali maioria, e ilustram a longa mensagem.

Ninguém tem culpa por amar desse tanto

Ninguém tem culpa por amar desse tanto

Viver é resistência. Quando ele se foi, eu já era um sujeito adulto. Restou claro para mim que ele decidiu desviver à revelia. Foi fraquejando. Foi definhando. Foi se imiscuindo em definhar. Foi amiudando os músculos e apagando as faíscas das sinapses, até perder a conexão com os instantes e lhe faltar voz suficiente para solicitar o obséquio de sucumbir em domicílio, no quarto de sempre, no quieto de antes, quando ainda era vivaz.

Funcional era só o loft

Funcional era só o loft

Assim encerrei, no meu texto anterior, “Corro Jardins”, a primeira parte da crônica das minhas ilusões e desilusões amorosas. Onde parei? Ah, sim, eu estava cursando Direito e mal notara que R. fora invadindo a minha vida, derrubando muralhas e ocupando torreões. Longos anos passei com R.; o futuro traria, assim pensávamos, casamento e filhos, mas sinto hoje que já àquela época eu e ela víamos que havia alguma engrenagem que não funcionava bem no nosso relacionamento.

A inenarrável peleja entre Chaplin (Lula) e Garrincha (Bolsonaro)

A inenarrável peleja entre Chaplin (Lula) e Garrincha (Bolsonaro)

Confesso que fui obrigado a concordar com o mestre João do Rio, quando acompanhava o debate entre os presidenciáveis Luís Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL). Confesso que fui dormir antes do término do festival de impropérios, que permeou o diálogo truncado, fato este que me remetera às partidas de futebol do meu Vasco da Gama, na Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro.

Não confio em médicos que nunca examinam

Não confio em médicos que nunca examinam

Bom mesmo era o doutor Pecker que colocava as mãos na clientela sem pressa, malícia e asco. Sobretudo, aceitava o pagamento em bandas-de-leitoa. Decorava bulas, sonetos e até “O Navio Negreiro”, de Castro Alves. Tinha cultura e boa memória. Para tratar pedras nos rins, quebrava os rigorosos protocolos científicos ao receitar os caminhos tortuosos de Drummond.