Vidas Secas não é um livro sobre a seca no Nordeste, é uma metáfora sobre o homem
Ao retratar as ilusões de uma família às voltas com mais uma estiagem no sertão, “Vidas Secas”, publicado em 1938, lamentavelmente, continua atual, mesmo passados mais de oitenta anos, oitenta mil promessas e as muito propaladas obras de transposição do curso do rio São Francisco para o semiárido nordestino. Seu autor, Graciliano Ramos, além de homem de letras, fora, ainda que por breve período, gestor público, decerto o político mais íntegro que o Brasil jamais conheceu.