Crônica

A gente se vê no pilates

A gente se vê no pilates

No divertido jogo de desculpas e procrastinações, dois amigos se reencontram e entram em um diálogo repleto de histórias cômicas sobre suas aventuras – ou melhor, a falta delas — no mundo dos exercícios físicos. Entre risadas e meias verdades, eles inadvertidamente revelam mais sobre a natureza humana e nossas tendências à procrastinação do que sobre suas próprias rotinas de treino. É uma crônica leve e bem-humorada que espelha as desculpas cotidianas que todos nós encontramos para evitar a academia.

Se for para envelhecer, que seja como Paul McCartney Foto / Mazur Travel

Se for para envelhecer, que seja como Paul McCartney

Nem tudo é o que parece. Paul McCartney não existe. Todo mundo sabe que ela morreu num acidente automobilístico em meados dos anos 1960. Para evitar escândalo, comoção e altos prejuízos financeiros no auge da beatlemania, a sua morte trágica, precoce, foi completamente abafada. Mais ou menos. A mim, não enganaram. Por exemplo, na capa do disco ‘Abbey Road’, ele é o único dos Beatles que atravessa descalço sobre a faixa de pedestres, segurando um cigarro com a mão direita. Que gafe. Que patacoada. Todo mundo sabia que Paul era canhoto. Havia sinais inequívocos de que ele tinha mesmo batido as botas.

Os humoristas artificiais

Os humoristas artificiais

Até greves de roteiristas e escritores já foram feitas contra o avanço da Inteligência Artificial, principalmente o avanço no emprego dos roteiristas. Muitos roteiristas que pensaram em aderir à greve não puderam porque há um tempão estavam sem trabalho por conta justamente das Inteligências Artificiais e não conseguiram parar de escrever o que já não estavam mais escrevendo. Dizem até que alguns algoritmos de Inteligência Artificial também entraram em greve pois não estavam mais sendo usados para produzir roteiros, trocados por algoritmos mais modernos.

A culpa pela derrocada do futebol brasileiro é dos jogadores que fazem as sobrancelhas

A culpa pela derrocada do futebol brasileiro é dos jogadores que fazem as sobrancelhas

Andava no estágio de tolerância mínima com os pernas-de-pau que se julgavam verdadeiras sumidades. Pode parecer frescura, mas, eu tinha prometido nunca mais assistir aos jogos da seleção brasileira. Mas, sabem como é, não sou um sujeito confiável. Era Brasil versus Argentina. O maior clássico da América Latina. Lá estava eu, estatelado sobre o sofá de couro de bolsominion, assistindo a meia hora de tretas, de socos e de pontapés entre torcedores bestializados que ocupavam as arquibancadas do Maracanã.

Quem vai tomar conta das mulheres quando ninguém estiver olhando

Quem vai tomar conta das mulheres quando ninguém estiver olhando

Escolada na dor, Maria da Piedade receava pela integridade dos filhos, em especial, das pequeninas. Havia uma escalada de violência na comunidade, uma região da cidade abandonada pelo poder público, onde nem mesmo a polícia entrava. Em comum acordo com José Donizete, o esposo há meses desempregado, acordaram que ele acompanharia as crianças, nas idas e vindas da escola, situada a meia hora de caminhada por ruas de terra esburacas e poeirentas.