O filme na Netflix fará você se contorcer no sofá e querer dormir de olhos abertos Divulgação / Universal Pictures

O filme na Netflix fará você se contorcer no sofá e querer dormir de olhos abertos

Dirigido por David Gordon Green, “Halloween Kills — O Terror Continua” serve-se dessa ideia central para reciclar a história de um assassino em série que se consolida como a maldição de um lugarejo simples, de gente preconceituosa, tacanha, o que não demora a colocar abaixo as certezas monolíticas da audiência quanto à própria pureza de sentimentos.

O melhor filme de 2024 até agora é um espetáculo cinematográfico

O melhor filme de 2024 até agora é um espetáculo cinematográfico

“Duna: Parte Dois”, a nova empreitada de Denis Villeneuve pela saga de um jovem monarca decaído em meio a uma acelerada metamorfose física e espiritual, reforça tudo quanto há de estranhamente belo no longa de três anos atrás, com a vantagem de poder exigir tudo de seu protagonista, maduro o bastante para convencer o público de que Paul Atreides é mesmo o homem certo na hora certa. Timothée Chalamet se alterna entre performances eminentemente braçais e sequências em que refina sua sensibilidade, e o resultado é nada menos que estarrecedor.

Presídios de Minas Gerais proíbem a entrada de… literatura?

Presídios de Minas Gerais proíbem a entrada de… literatura?

É isso mesmo. De acordo com a reportagem do jornalista Leandro Aguiar, publicada na “Agência Pública” no final do mês passado, alguns presídios de Minas Gerais não estão permitindo a entrada de literatura. A matéria começa com um episódio representativo da situação: uma mãe leva de presente para o filho um exemplar de “Os Velhos Marinheiros”, de Jorge Amado. Um agente penal veta a entrada da obra e explica que só pode entrar autoajuda e a Bíblia. Nada de literatura.

Último dia para assistir na Netflix: a história de amor que fez as pessoas chorarem nas salas de cinema Divulgação / Universal Pictures

Último dia para assistir na Netflix: a história de amor que fez as pessoas chorarem nas salas de cinema

Misturar amor e doença — já sinalizando para a possível morte em alguma curva da estrada — é uma manobra cheia de riscos, que costuma degringolar em xaropadas indigestas, nem apetecendo ao público versado em romances difíceis, nem oferecendo reflexão profunda o bastante para que se bote de lado a casca meio pastosa da narrativa e se consiga e se aproveite o que dizem as entrelinhas.

As Lembranças do Porvir, de Elena Garro

As Lembranças do Porvir, de Elena Garro

Em seu papel de avanço da linguagem, “As Lembranças do Porvir” é um exemplar destemido. O texto é lírico de uma maneira estrategicamente elaborada, com parágrafos belíssimos e geniais, onde cada frase é uma obra de arte. A abertura do livro poderia estar entre os melhores inícios de livros de todos os tempos: “Aqui estou, sentado sobre esta pedra aparente. Só minha memória sabe o que contém. Vejo-a e me recordo, e como a água vai para a água, assim eu, melancólico, venho me encontrar em sua imagem coberta pelo pó, rodeada pelas ervas, fechada em si mesma e condenada à memória e a seu espelho variado.