Autor: Solemar Oliveira

Universos Breves, de Francisca Noguerol

Universos Breves, de Francisca Noguerol

Escrever microcontos é um exercício de minimalismo. É a arte de dizer muito com pouquíssimas palavras. Mais do que isso, é contar uma história com início, meio e fim, sem abusar do número de caracteres. Por isso, o microconto emprega o conceito da elaboração de contos em sua máxima expressão. Se para Júlio Cortázar o conto deve ser como uma esfera, perfeito em todos os sentidos, o microconto seria uma metaesfera.

Em Agosto nos Vemos, de Gabriel García Márquez

Em Agosto nos Vemos, de Gabriel García Márquez

Eu li “Em Agosto nos Vemos”, a obra póstuma de Gabriel García Márquez e um dos livros mais esperados do ano. O prefácio parece avisar que o que virá pela frente não é tão bom quanto o restante da obra de Gabo, mas que precisa ser publicado. Afinal, é um texto do ganhador do Nobel de Literatura, autor de “Cem Anos de Solidão” e um dos maiores escritores de todos os tempos. O texto pediu para ser publicado, sussurrou para a prole do homem e venceu.

As Lembranças do Porvir, de Elena Garro

As Lembranças do Porvir, de Elena Garro

Em seu papel de avanço da linguagem, “As Lembranças do Porvir” é um exemplar destemido. O texto é lírico de uma maneira estrategicamente elaborada, com parágrafos belíssimos e geniais, onde cada frase é uma obra de arte. A abertura do livro poderia estar entre os melhores inícios de livros de todos os tempos: “Aqui estou, sentado sobre esta pedra aparente. Só minha memória sabe o que contém. Vejo-a e me recordo, e como a água vai para a água, assim eu, melancólico, venho me encontrar em sua imagem coberta pelo pó, rodeada pelas ervas, fechada em si mesma e condenada à memória e a seu espelho variado.

Ássia, de Ivan Turguêniev

Ássia, de Ivan Turguêniev

“Ássia”, trata da pressa da juventude. Tudo precisa ser rápido, instantâneo. Ássia é assim, impulsiva. Não joga! Não deixará para depois o que deseja agora. Perdeu muito na vida, não quer arriscar perder mais. Faz isso instintivamente. A síntese do livro está na afirmação máxima do narrador: “A felicidade não tem dia de amanhã; nem mesmo de ontem; ela não se lembra do passado e não pensa no futuro; ela tem o presente — e, ainda assim, não um dia, mas um átimo”.

Os Melhores Contos de Fadas Asiáticos, org. Marina Ávila

Os Melhores Contos de Fadas Asiáticos, org. Marina Ávila

O livro é um primor de organização e cuidado, feito com todos os elementos gráficos necessários para cativar o leitor, ilustrar a história e fazer caber o imaginário nas indagações sobre como são as coisas incríveis que jamais poderemos ver com nossos próprios olhos. Como dragões, fantasmas, gigantes, deuses, raposas de nove caudas e outros seres pré-borgianos inimagináveis.