Sequência da maior franquia de ação do cinema de todos os tempos está na Netflix Divulgação / Lions Gate Films

Sequência da maior franquia de ação do cinema de todos os tempos está na Netflix

Se houvesse um mundo onde apenas o bom, o belo e o justo florescessem, ou pelo menos um lugar onde todos cumprissem suas obrigações sem esperar recompensas, Jonathan “John” Wick seria uma figura rara. Interpretado por Keanu Reeves, o assassino sob encomenda protagoniza uma das franquias cinematográficas mais lucrativas, mantendo-se vibrante em “John Wick 3: Parabellum”. Talvez este filme fosse a oportunidade para o diretor Chad Stahelski, responsável por toda a série, explorar profundamente a natureza moralmente ambígua de seu anti-herói, cativando até mesmo os espectadores mais desatentos.

A fotografia de Dan Laustsen, ora vibrante ao realçar o brilho dos objetos, ora sombriamente apagada, destaca-se, destacando a misantropia de Wick e a desumanidade apática de Nova York. Esta atmosfera sombria serve como pano de fundo para as ações de Wick, um pacifista em um mundo caótico dominado pela arbitrariedade.

Wick chega à Biblioteca Pública de Nova York à procura de um livro do contista russo Aleksandr Nikoláyevich Afanásiev, mas sua verdadeira intenção é bem diferente. Como o relógio marca os minutos até que ele seja banido, uma recompensa de catorze milhões de dólares é oferecida a quem o entregar vivo ou morto. No entanto, sua busca por um amuleto dentro do livro desencadeia uma cadeia de eventos que o leva ao submundo sombrio e perigoso.

A abertura do filme apresenta Reeves em um impressionante balé de violência, evitando golpes mortais com o livro manchado de sangue. Esses momentos intensos capturam imediatamente a atenção do público, mas detalhes sutis, como Wick devolvendo o livro à prateleira, revelam a maestria do diretor em criar uma experiência cinematográfica imersiva.

No lendário Hotel Continental, Wick encontra refúgio sob os cuidados de Charon, enquanto inicia uma jornada que o levará a cruzar caminhos com sua ex-mentora, interpretada por Anjelica Huston. Personagens secundários como Sofia, interpretada por Halle Berry, acrescentam camadas à trama, mesmo que algumas passagens possam parecer desnecessárias.

O filme, escrupulosamente elaborado até nos momentos mais sombrios, lembra os melhores westerns de Clint Eastwood, transportando a trama para um ambiente pós-apocalíptico. No entanto, o paraíso para este “Lúcifer nova-iorquino” parece distante, mesmo na “última” fase da saga. Stahelski estica a corda um pouco mais, sugerindo que a franquia está longe de chegar a uma conclusão definitiva.

“John Wick 3: Parabellum”, na Netflix, é um triunfo cinematográfico que mantém os espectadores na borda de seus assentos, com sua ação frenética e sua exploração da moralidade em um mundo caótico. Com Reeves no papel principal e Stahelski no comando, esta franquia continua a surpreender, deixando os fãs ansiosos por mais.


Filme: John Wick 3: Parabellum
Direção: Chad Stahelski
Ano: 2019
Gêneros: Ação/Suspense
Nota: 9/10