A mulher que ajudou a fundar a Academia Brasileira de Letras foi preterida por ser mulher e apagada da memória oficial
Júlia Lopes de Almeida, cronista, romancista e abolicionista, foi uma das vozes mais lidas da Primeira República. Entre 1896 e 1897, ajudou a gestar a Academia Brasileira de Letras, mas ficou fora quando o estatuto se fechou às mulheres. Em 1901, publicou “A Falência”, retrato cortante do Encilhamento. Em 2010, seu arquivo entrou no acervo da Academia. Releituras recentes recolocam seu nome no alto da página. Este perfil reconstrói a vida, a obra e o apagamento que insiste em seu retrato ausente. E convoca reparação, memória, gesto institucional claro, agora.