Autor: Carlos Augusto Silva

Vargas Llosa está morto: e a infantilidade da intelectualidade brasileira quer enterrá-lo

Vargas Llosa está morto: e a infantilidade da intelectualidade brasileira quer enterrá-lo

Morreu o escritor. Mas, no Brasil, parte da reação não foi luto nem leitura — foi histeria. Em vez de refletir sobre a obra, muitos correram a julgar o homem, como se a literatura de um Nobel pudesse ser reduzida a manchetes de rede social. Vargas Llosa incomoda. Não só pelo que escreveu, mas pelo que ousou pensar. E a incapacidade de lidar com essa complexidade revela mais sobre nós do que sobre ele. Este texto é uma defesa da literatura como campo de liberdade — e uma crítica à infantilização do debate cultural.

Rita Lee: o Brasil que ela inventou e que não ousamos ser

Rita Lee: o Brasil que ela inventou e que não ousamos ser

Rita Lee foi a força subversiva que atravessou gerações com humor ácido, criatividade sem limites e coragem de reinventar-se a cada verso, transformando a música brasileira em espaço de liberdade e denunciando, por meio da ironia, as contradições de um país que ainda sonha em ser mais leve, justo e irreverente. Com sua voz marcante e presença cênica singular, aproximou o pop de um senso crítico refinado, estimulando reflexões sobre feminismo, individualidade e resistência. Sua herança, viva em cada acorde, segue inspirando novas gerações a ousarem na arte e na vida, reafirmando que a irreverência e a crítica lúcida são caminhos para um Brasil mais plural e libertário.

A Divina Comédia, de Dante: os segredos da obra que moldou o inferno, a literatura e o mundo

A Divina Comédia, de Dante: os segredos da obra que moldou o inferno, a literatura e o mundo

Dante Alighieri, poeta florentino dos séculos 13 e 14, transformou a literatura ocidental. Sua escrita, impregnada de força filosófica e visão espiritual, ultrapassou as fronteiras do tempo. A influência de seu gênio reverbera em variados campos do conhecimento humano. Marcado pelo exílio e por profundas reflexões sobre moral e transcendência, ele construiu uma obra monumental. Estudar seus versos é mergulhar em questões universais, que interpelam leitores de todas as eras.

Noites Brancas: Dostoiévski entre o devaneio romântico e a vertigem existencial

Noites Brancas: Dostoiévski entre o devaneio romântico e a vertigem existencial

Um jovem sonhador, enclausurado entre ruas desertas e fantasias desmedidas, tropeça no acaso de um encontro que parece prometer sentido à sua existência suspensa. O que começa como uma noite luminosa logo revela as sombras de um desejo que não se sustenta fora da imaginação. Entre o delírio amoroso e a recusa do real, emerge um retrato pungente da solidão moderna. Há ternura, mas também desamparo; há beleza, mas ela se dissolve no ar da manhã. Nesse breve intervalo entre sonho e frustração, delineia-se o esboço de uma nova sensibilidade — nem mais romântica, ainda não totalmente existencial.

Proust, Joyce, Kafka — e Mann: um século para quatro, não para três

Proust, Joyce, Kafka — e Mann: um século para quatro, não para três

No século 20, três nomes dominam o imaginário literário: Proust, Joyce e Kafka. No entanto, há um quarto autor que merece igual reconhecimento. Com uma escrita grandiosa e uma visão universal, ele construiu narrativas que equilibram erudição e acessibilidade, sem perder a profundidade filosófica. Sua obra transita entre a análise da história e a condição humana, explorando o tempo e a existência com rara maestria. Diferente da fragmentação e do caos de seus contemporâneos, sua abordagem estruturada e monumental reafirma o poder da literatura como síntese.