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Minhas quedas (sem metáfora, mas com simbologia)

Minhas quedas (sem metáfora, mas com simbologia)

Decidi escrever este texto após minha mais recente queda (quase escrevi “última”, mas preferi ser mais preciso). Meu plano era escrevê-lo após a próxima queda, para que estivesse mais fresco na memória, mas como ainda não caí novamente, resolvi escrever de qualquer maneira, como uma homenagem aos terapeutas que cuidam de mim, que cuidam de nós.

A vida até parece uma festa em Dorothy Parker

A vida até parece uma festa em Dorothy Parker

A espirituosidade de Dorothy Parker reside, muitas vezes, na observação da decadência com um toque de gentileza que evite, para todos os efeitos, a degradação em seu estado bruto. E, no entanto, suas histórias curtas, com poucos participantes, em cenários opacos, são como esquetes ligeiros que seriam absorvidos por encenações no rádio ou na TV. Ela teria sido uma excelente roteirista de sitcom, não tivesse enveredados pelos roteiros de Hollywood.

Desliga e liga de novo

Desliga e liga de novo

De vez em quando o celular dá uma pane e a solução é bem simples: basta desligar o aparelho, dar um tempinho e ligar de novo. E quando ele volta parece que nada aconteceu e tudo funciona de novo. O mesmo acontece com a TV a cabo e com a internet lá de casa. É só desligar e ligar de novo.

A gente existe é pra sentir

A gente existe é pra sentir

Amo a vida. Odeio a vida. A gente existe é pra sentir. Isso explica quase tudo. Não importa o sentimento. Ter saudade da infância. Ter vergonha dos deslizes. Decepcionar-se com um amigo. Invejar a paz alheia. Passar pelo desgosto de envelhecer e se tornar invisível. Estamos nesse mundo é pra sentir. Isso, em parte, mitiga o imenso vazio. A alegria de ter um bicho em casa. O contentamento de nada ser, de nada saber, ao explorar a lavra poética de um Fernando Pessoa.

Avós não morrem. Eles vivem dentro da gente

Avós não morrem. Eles vivem dentro da gente

Observando meu pai brincar com meus sobrinhos, vi meu avô em seus gestos, repetindo a mesma ternura de gerações passadas. Rubem Alves, em sua crônica para o neto, revela como a memória dos avós vive em nossas lembranças. Desde as brincadeiras na cozinha até as canções antigas, os avós deixam marcas profundas. Essas recordações mostram que, mesmo após sua partida, os avós permanecem vivos em nosso cotidiano. O amor e a sabedoria deles atravessam o tempo, perpetuando-se em nossas vidas.