Quem conhece muitos filmes dos irmão Coen sabe do estilo sarcástico, obscuro e violento que suas tramas complexas costumam seguir. Mas em “O Amor Custa Caro” eles saem do trilho e contam uma história um pouco diferente, embora tentem manter o viés enigmático e pessimista. Com atuações de George Clooney e Catherine Zeta-Jones, o filme mostra que o amor nem sempre vem em sua forma comum, com demonstrações de carinho, afeto e altruísmo. Há diferentes formas de amar e, para os protagonistas, é por meio da disputa de poder.

Nisha Ganatra não vai tão longe em suas elucubrações sobre a honestidade (e, principalmente, a desonestidade) do showbiz, mas seu “A Batida Perfeita” pode ser tomado como um bom prelúdio para que se entenda a debacle das manifestações artísticas e do universo do entretenimento — com mais destaque para a música pop — como os tínhamos conhecido.

James Brown não mentiu quando cantou que o mundo é dos homens. Ao longo dos séculos, os homens realmente transformaram a sociedade em um lugar bastante agradável para eles e bem desconfortável para as mulheres. As últimas estatísticas, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que em 2022, até agora, 699 mulheres foram vítimas de feminicídio no país, ou seja, uma morte banal motivada pelo fato de a mulher ser mulher. Em “Doce Vingança”, a protagonista está prestes a morrer de forma brutal, por estar sozinha em uma cabana tentando trabalhar.

Numa das melhores cenas de “Bardo — Falsa Crônica de Algumas Verdades” (2022), o diretor mexicano Alejandro González Iñárritu encena a entrevista de um presidiário com o documentarista Silvério Gama, o protagonista da trama. Um homem do povo fala “verdades” ao intelectual, no que seria um filme dentro do filme. Mais interessante de tudo: o diálogo do filme é a reprodução de uma crônica do diretor brasileiro Arnaldo Jabor, morto este ano, que inventou em 2006 uma entrevista fictícia com líder do PCC, Marcos Camacho, o Marcola.