Indicado a 2 Oscars, filme com Reese Witherspoon sobre superação é jornada espiritual emocionante na Netflix Divulgação / Fox Searchlight Pictures

Indicado a 2 Oscars, filme com Reese Witherspoon sobre superação é jornada espiritual emocionante na Netflix

Baseado na autobiografia de Cheryl Strayed “Wild: A Journey from Lost to Found”, o longa-metragem “Wild”, estrelado por Reese Witherspoon, é uma emocionante jornada de autoconhecimento e superação física e pessoal. Dirigido por  Jean-Marc Vallée e adaptado para as telas por Nick Hornby, o filme retrata a jornada de 1.700 quilômetros pela trilha Pacific Crest, que se estende da fronteira do México, atravessa os Estados Unidos, até o Canadá. O psicodrama tem uma narrativa não-linear e se divide entre as cenas do presente, em que Cheryl está no meio de seu desafio na natureza selvagem e suas memórias do passado e dos últimos dias com sua mãe, morta por um câncer. Embora seja amiga do ex-marido, seus problemas emocionais tornam a relação inviável. Cheryl se envolve com heroína e passa a ter relações sexuais vazias e com estranhos. O luto a deixou desnorteada e ela está em busca de algo revolucionário que dê algum sentido para sua existência e a coloque novamente no eixo. Em meio às reflexões, lembranças e autoimersão, Cheryl é arremessada pela natureza a um despertar espiritual.

Já tem um tempo que Reese Witherspoon decidiu tomar as rédeas de sua carreira. Em seus primeiros papeis mais conhecidos, ela representou doçura e feminilidade, embora suas personagens também fossem empoderadoras, como Annette, de “Segundas Intenções” e Elle Woods, de “Legalmente Loira”. Vencedora do Oscar por “Johnny & June”, em que interpretou June Carter, Reese Witherspoon, passou por uma longa fase de filmes bobinhos, entre 2006 e 2012, mas tem assumido importantes participações em séries incríveis, como “Big Little Lies”, “Pequenos Incêndios por Toda Parte” e “The Morning Show”, e investido seu tempo em filmes menos mainstream e mais autorais. Este é um deles.

Vallée, como o bom diretor que é, potencializa o talento de Reese, fazendo-a encarnar da forma mais realista possível a situação de Cheryl. Ele cobriu todos os espelhos para que a atriz não pudesse ver sua própria aparência durante as filmagens, a deixou se virar sozinha com a barraca, a fez caminhar bastante durante as gravações para que seu cansaço físico fosse real, dentre outras coisas. Na mesma época, Reese também estava produzindo outro filme, “Garota Exemplar”, de David Fincher, no qual pretendia protagonizar. No entanto, para que pudesse se dedicar o bastante para “Wild”, ela decidiu abandonar o papel no filme de Fincher, que ficou para Rosamund Pike. As duas acabaram disputando o Oscar de melhor atriz no ano seguinte, Reese por “Wild” e Rosamund por “Garota Exemplar”.   

A verdadeira Cheryl Strayed foi quem enviou uma cópia de seu livro, antes mesmo da publicação, para Reese Witherspoon, que após ler comprou imediatamente os direitos para filmar. Segundo Cheryl, Reese é a única pessoa que ela imaginava poder interpretá-la nos cinemas. Cheryl foi consultora durante a produção e colaborou com insights para a personagem durante a caminhada. Filmado em trechos verdadeiros da trilha no Pacific Crest, os cenários amplos e grandiosos, de tirar o fôlego, são as reais visões de quem se aventura pelo local. O longa-metragem foi indicado a dois Oscars, de melhor atriz para Reese Witherspoon e melhor atriz coadjuvante para Laura Dern, que interpreta a mãe de Cheryl nos flashbacks.


Filme: Wild
Direção: Jean-Marc Vallée
Ano: 2014
Gênero: Drama/Aventura
Nota: 9/10