A mais linda história de recomeço e autodescoberta acaba de chegar à Netflix Divulgação / Touchstone Pictures

A mais linda história de recomeço e autodescoberta acaba de chegar à Netflix

Esse pedacinho de diamante de Audrey Wells, chamado “Sob o Sol da Toscana” é um dos meus filmes favoritos. Sou suspeita para falar qualquer coisa sobre essa obra que tem cheiro de folhas de limão em um dia ensolarado no campo. Alguns filmes trazem lembranças nunca vividas e sensações de tranquilidade, felicidade e realização. Este é um deles, sem sombra de dúvias. Nesta obra protagonizada por Diane Lane, nos sentimos reconfortados e aninhados em uma cama macia com um cafuné na cabeça. Agora chega de sensações que este filme provoca. Vamos direto ao assunto: o enredo.

Frances é uma escritora abandonada pelo marido, que a traiu com outra mulher. A amante gosta da casa que foi comprada e reformada por Francis. Então, o ex-marido e sua nova mulher fazem uma oferta pelo imóvel, que à propósito, ele tem direito à metade do valor. Frances aceita e deixa a casa. Com o coração partido, ela se muda para uma kitnet habitada por divorciados. Logo uma oferta de suas melhores amigas, Patti (Sandra Oh) e Grace (Kate Walsh), a convence a partir em uma jornada de autodescoberta e autoconhecimento na Toscana, Itália. O que deveria ser apenas uma viagem de duas semanas se torna uma passagem sem volta para a vida que Frances sempre deveria ter tido.

Durante um passeio de ônibus pelo interior, ela avista uma casa de pedras no campo, de aproximadamente 300 anos, e pertencente a uma mesma família há gerações. A casa está à venda, mas infelizmente já existe um casal interessado. A dona está resistente em vender a propriedade, já que o lugar tem valor sentimental, mas diante do interesse de Frances, ela tem oportunidade de cobrar o dobro do valor anunciado. O casal desiste e Frances usa todo o dinheiro que ganhou com a venda de sua casa nos Estados Unidos para comprar o imóvel, que vem com uma belíssima vista do campo e um pomar de olivas.

Compra concretizada e o que parecia ser um sonho realizado para Frances se torna um verdadeiro calvário. A casa está decadente e caindo aos pedaços, precisa de uma reforma completa urgente. Uma infestação de mosquitos, escorpiões e morcegos a aterrorizam. O telhado já não parece forte o bastante para suportar uma tempestade e os cômodos parecem mal-assombrados na escuridão e na solitude. Frances traça um plano para não se arrepender da compra e o coloca em prática. Ela pretende reformar cada cômodo e deixá-los à sua maneira e personalidade. Não é fácil, mas a persistência é uma questão de honra.

Homens charmosos e interessantes cruzam seu caminho e a amizade com uma italiana sedutora a faz relembrar como se flerta. Essas novas experiências emocionantes e assustadoras a fazem se sentir viva de novo. Momentos de tristeza e solidão aparecem vez ou outra, mas a vida é doce e amarga. É preciso experimentar todas as emoções, cores e sabores sem medo.

“Sob o Sol da Toscana” é uma belíssima história de recomeços, de jornada interior, de reconectar-se consigo mesmo. Às vezes, quando passamos anos de nossa vida com outra pessoa, é difícil nos dissociar dela, reconhecer quem somos longe dela. É complicado até mesmo retornarmos à vida social sem a presença dela. Mas este filme de Audrey Wells nos lembra que primeiro fomos nós, sozinhos. Essa pessoa que somos sempre existiu e sempre existirá. É preciso nos encontrarmos com nós mesmos dentro do caos.


Filme: Sob o Sol da Toscana
Direção: Audrey Wells
Ano: 2003
Gênero: Drama/Romance/Comédia
Nota: 10