Últimos dias na Netflix: o polêmico filme de 140 milhões de dólares que levou o diretor a se desculpar antes da estreia Divulgação / Summit Entertainment

Últimos dias na Netflix: o polêmico filme de 140 milhões de dólares que levou o diretor a se desculpar antes da estreia

“Deuses do Egito” (2016), dirigido por Alex Proyas, apresenta uma abordagem ambiciosa ao mergulhar no rico panteão da mitologia egípcia. O filme, tecido em uma trama de fantasia e aventura, propõe-se a reimaginar as histórias dos deuses egípcios em um contexto cinematográfico grandioso.

A narrativa centraliza-se na disputa pelo poder entre os deuses Set, interpretado por Gerard Butler, e Horus, vivido por Nikolaj Coster-Waldau. Set, o antagonista, usurpa o trono do Egito, desencadeando uma série de eventos que levam Horus a buscar vingança e restauração da ordem. Esta premissa, embora promissora, por vezes se perde em meio a um roteiro que luta para equilibrar a ação com o desenvolvimento de personagens.

O visual do filme é uma das suas características mais marcantes. Com cenários opulentos e efeitos especiais de grande escala, “Deuses do Egito” cria um espetáculo visual que busca capturar a grandiosidade e a mística do Egito Antigo. Entretanto, essa ênfase na estética por vezes sobrepõe-se à substância, deixando a narrativa em segundo plano.

As atuações variam em qualidade. Gerard Butler e Nikolaj Coster-Waldau desempenham seus papéis com uma intensidade que se destaca, embora suas atuações sejam por vezes ofuscadas pelas demandas visuais do filme. O elenco de apoio, incluindo Elodie Yung e Brenton Thwaites, adiciona camadas à história, mas enfrenta o desafio de desenvolver seus personagens em um roteiro que nem sempre lhes dá espaço suficiente.

Uma das críticas mais notáveis ao filme é a sua representação da mitologia egípcia. Embora “Deuses do Egito” faça um esforço para trazer esses personagens míticos à vida, ele frequentemente se afasta da autenticidade cultural e histórica em favor de uma abordagem mais estilizada e fantasiosa. Isso pode ser um ponto de descontentamento para os espectadores em busca de uma representação mais fiel da mitologia egípcia.

Além disso, o filme enfrenta desafios em seu ritmo e estrutura narrativa. As sequências de ação são bem coreografadas e visualmente impressionantes, mas o ritmo irregular e a progressão às vezes previsível da história podem afetar a imersão do espectador na trama.

No contexto mais amplo do gênero de fantasia, “Deuses do Egito” tenta se estabelecer como uma obra épica e memorável. Embora atinja momentos de brilho visual e entretenimento, ele luta para se manter consistente e envolvente em toda a sua duração.

 “Deuses do Egito” é um filme que, apesar de seus desafios narrativos e de representação, oferece uma experiência visualmente estimulante. Ele pode não satisfazer aqueles que procuram profundidade e fidelidade mitológica, mas para os espectadores interessados em uma aventura visual e ação épica, pode ser um entretenimento adequado.


Filme: Deuses do Egito
Direção: Alex Proyas
Ano: 2016
Gêneros: Ação/Fantasia
Nota: 7/10