Filme com George Clooney, ignorado pela crítica e pelo público, é um dos mais caros da história da Netflix Philippe Antonello / Netflix

Filme com George Clooney, ignorado pela crítica e pelo público, é um dos mais caros da história da Netflix

“O Céu da Meia-Noite”, sob o olhar aguçado de George Clooney, traz à tona uma inusitada narrativa. Fundamentando-se no livro de Lily Brooks-Dalton de 2016, Clooney habilmente mescla nuances de grandes obras de ficção científica, desde a transcendental atmosfera de “2001 — Uma Odisseia no Espaço” até a crueza palpável de “O Regresso”. O resultado é uma tapeçaria intrincada que examina a fragilidade da existência humana. Esta narrativa desafia as expectativas e sonda as profundezas do que significa ser humano, ao mesmo tempo que celebra o desejo indomável de sobreviver.

Augustine Lofthouse, vivido de forma magistral por Clooney, é a quintessência da paixão científica. Seu fervor pelo desvendamento do desconhecido o leva a confrontar o caos da Terra pós-apocalíptica. Por meio de flashbacks bem orquestrados, Clooney nos introduz ao seu protagonista, um homem atormentado por escolhas passadas e confrontado por um presente incerto. Lofthouse, ao descobrir que a humanidade pode estar à beira da extinção, embarca em uma jornada desesperada para comunicar-se com a única esperança restante: a tripulação do Aether, orbitando distante da Terra.

Na dualidade do espaço infinito e da vastidão ártica, a cinematografia brilha. Enquanto o espaço é retratado com majestosidade técnica, é a jornada de Lofthouse pelo Ártico que realmente ressoa, imbuída de um calor humano que contrasta com a frieza circundante. Nesta odisséia, Lofthouse é acompanhado por Iris, uma jovem garota interpretada com perspicácia por Caoilinn Springall, adicionando uma nova dimensão à missão de Lofthouse.

Em paralelo, a tripulação do Aether, uma combinação talentosa de atores liderados por David Oyelowo e Felicity Jones, enfrenta seus próprios dilemas existenciais. A interação entre eles, pontuada por momentos de tensão e ternura, constrói um microcosmo das complexidades da natureza humana. A trilha sonora de Alexandre Desplat atua como um personagem adicional, estabelecendo o tom e ressonância emocional da trama.

Clooney, tanto na frente quanto atrás das câmeras, demonstra sua habilidade em capturar o coração e a alma do espectador. No fim das contas, “O Céu da Meia-Noite” não é apenas um filme; é uma experiência que leva a reflexões profundas sobre a condição humana e nossa eterna luta pela sobrevivência e redenção.


Filme: O Céu da Meia-Noite
Direção: George Clooney
Ano: 2020
Gêneros: Ficção científica/Drama/Suspense
Nota: 9/10