Filme de 14 minutos da Netflix, que já nasceu clássico e que todas as pessoas deveriam assistir Divulgação / Netflix

Filme de 14 minutos da Netflix, que já nasceu clássico e que todas as pessoas deveriam assistir

O regime nazista, com sua natureza profundamente danosa e marcante, não só é universalmente repudiado de forma veemente, como também desperta um interesse quase mórbido em seus horrores e absurdamente ainda encontra adeptos no século 21, entre pessoas que, por crueldade ou ignorância, veem algum valor filosófico em suas políticas. Este regime, idealizado por Adolf Hitler como um Reich que duraria mil anos, seguindo o Império Alemão e o Sacro Império Romano, na verdade teve uma duração de apenas doze anos, causando danos irreparáveis à civilização em diversos aspectos. O terror do nazismo, ao negar a humanidade de certos grupos, incluindo pessoas com deficiências ou desvios comportamentais como a homossexualidade, revela uma falha total em qualquer defesa intelectual de suas políticas.

O curta “Perdoai-nos as Nossas Ofensas”, dirigido por Ashley Eakin, aborda essa perspectiva com uma abordagem inovadora e uma execução técnica impecável que realça seu valor artístico. Desde sua pré-estreia em janeiro de 2022, o filme tem gerado discussões meritórias, apesar de sua curta duração, devido à capacidade de provocar e encantar o público enquanto desencadeia novas reflexões sobre esse tema frequentemente analisado.

No filme, um jovem aluno, interpretado por Knox Gibson, vive com a desvantagem de um braço amputado, o que destaca as crueldades de uma metodologia educacional deformada sob o nazismo. Em uma sala de aula, um problema matemático proposto choca até os mais fervorosos defensores do regime, revelando a negação da diversidade humana fundamental. As interações na sala de aula refletem a brutalidade e a complexidade das ideologias nazistas.

Hannah Arendt, filósofa alemã de origem judaica, examinou o nazismo meticulosamente. Ela destacou a necessidade de entender o entorno de Hitler para compreender a escala de suas atrocidades. O julgamento de Adolf Eichmann, que ela acompanhou em Jerusalém, exemplifica essa análise, como detalhado em seu influente livro “Eichmann em Jerusalém”.

“Perdoai-nos as Nossas Ofensas” também retrata a resistência humana diante da adversidade, como a oração compartilhada entre a professora e o jovem Gibson. Apesar das duras realidades impostas pelo nazismo, o filme termina de forma surpreendentemente poética, mas sombria, com o subsequente assassinato de centenas de milhares de pessoas com deficiências e a repressão contínua a esses grupos vulneráveis, destacando a necessidade de manter vivo o sonho de humanidade e decência em tempos de desespero.


Filme: Perdoai-nos as Nossas Ofensas
Direção: Ashley Eakin
Ano: 2022
Gênero: Drama
Nota: 9/10