Prepare-se para solucionar mistérios como Sherlock Holmes em trama de detetive que acaba de chegar na Netflix Divulgação / Netflix

Prepare-se para solucionar mistérios como Sherlock Holmes em trama de detetive que acaba de chegar na Netflix

“Entre Facas e Segredos” e a série “Only Murders in the Building” trouxe de volta a febre das tramas intricadas de assassinatos. O histórico de filmes inspirados pelo estilo de Agatha Christie é longo e antigo, mas fazia um tempo que o gênero não estourava como agora. E é insuflado pelo sucesso dessas obras que o cineasta mexicano J.M. Cravioto decidiu trazer um enredo de mistério para a América Latina. “Mate-me se Puder” é um jogo de gato e rato que coloca Agatha (uma homenagem à autora?), interpretada por Regina Blandón, no centro das investigações da morte de sua meia-irmã, Olivia (Maribel Verdú), em um iate.

Olivia mora em um castelo em Los Cabos, uma vista paradisíaca no México, para onde um grupo peculiar de convidados é transferido durante um final de semana. O enredo já começa com ares de mistério e Agatha, a quem acompanhamos, parece desconfiada e à espera de um crime para solucionar. Primeiro, porque a anfitriã, Olivia, não recebe seus convidados em sua casa. Agatha é recepcionada por Carlos (Pedro Damián), ex-marido da irmã, e dona Cristina (Helena Rojo), sua funcionária.

Um grupo de oito pessoas é convidado para um jantar em iate, onde, finalmente, Olivia para de deixar mensagens enigmáticas por meio de dona Cristina para mostrar seu rosto aos convidados. Até este momento do filme o espectador é informado de alguns fatos: Há quatro anos a filha adotiva de Olivia, Elisa, faleceu. Além disso, Agatha é uma detetive amadora, que assim como em “Only Murders in the Building” investiga assassinatos e os conta em seu podcast.

O relacionamento entre Agatha e Olivia é complexo. Há um misto de sentimentos entre elas, que envolve ciúmes, amor, admiração e desprezo. Antes do encontro no iate, elas haviam se visto pela última vez na morte de Elisa. Durante o jantar, diálogos repletos de indiretas e sarcasmos demonstram que a relação da anfitriã com seus convidados é igualmente ambígua. Não se sabe se Olivia quer brindar com eles ou se vingar deles.

Então, nossas expectativas finalmente encontram o desfecho esperado: durante a madrugada, Olivia é encontrada morta no iate. A causa ainda é desconhecida, mas logo os convidados são mantidos apreendidos, sob a tutela de um policial novato, que não quer deixar os suspeitos irem embora sem antes seu superior chegar.  Enquanto isso, Agatha decide dar início às investigações e mais eventos curiosos e suspeitos acontecem, como uma pessoa misteriosa disparar contra dois dos convidados de Olivia.

“Mate-me se Puder” se esforça muito para parecer com “Glass Onion: Um Mistério Knives Out”. Até mesmo em sua fotografia. Uma característica desse tipo de filme é deixar pistas para os espectadores colherem durante seu andamento. O grande problema do longa-metragem de Cravioto é soltar informações demais, comprometendo o mistério e o deixando forçado e insípido. Ele ultrapassa a linha dos clichês para uma total falta de originalidade. Problemas estes que, se você puder ignorar, poderá encontrar em “Mate-me se Puder” um entretenimento satisfatório para passar a tarde.


Filme: Mate-me se Puder
Direção: J.M. Cravioto
Ano: 2023
Gênero: Mistério/Comédia
Nota: 7/10