Eberth Vêncio

Eu não expulsaria os babacas das faculdades de medicina

Eu não expulsaria os babacas das faculdades de medicina

Não tenho saco para assistir aos vídeos que me enviam pelas redes sociais. Portanto, confesso que não vi as esdrúxulas imagens dos acadêmicos de medicina praticando “estripulias de cunho sexual” que foram amplamente veiculadas pelos canais da internet e pelos noticiários da TV. Li algumas matérias jornalísticas sobre o espetáculo burlesco proporcionado pelos universitários otários, inclusive, as notas de repúdio das faculdades e das entidades classistas dos esculápios, além das análises de especialistas em saúde mental e comportamento humano.

O dia em que gritei com Cora Coralina até perder a voz Foto / Acervo da Família

O dia em que gritei com Cora Coralina até perder a voz

Gritei no ouvido de Cora Coralina até perder a voz. Senti de perto o aroma gostoso, quase secular, da vovó misturada com alfenim. Já ouvi dizer que a poeta não era uma doçura em pessoa, vinte e quatro horas por dia. Tinha lá os seus resvalos na rabugice e no mau humor. Nada mal para uma escritora que, apesar de tamanhas adversidades, fez história na literatura brasileira numa época em que lugar de mulher era em casa, obedecendo ao marido, parindo filho, fazendo doce e batendo bassoura no terreiro.

Sentimentos de melancolia análogos à tristeza

Sentimentos de melancolia análogos à tristeza

O pensar me escraviza. Eu não cheiro, nem fedo. Eu não sou alto, nem baixo, nem gordo, nem magro, nem feio, nem bonito, nem careta, nem libertino. Sou menos livre do que um menino. Um homem destro com suaves desatinos à esquerda. Eu sofro de insônia, enquanto, sonho com paz na Terra, justiça social e arroz sem lentilhas. Iludidos, os meus olhos são duas ilhas que se tornaram baças, adquirindo um matiz neutro, do tipo nem claro, nem escuro, nem morto, nem vivo, nem alegre, nem triste, um mistério imbricadíssimo até mesmo para uma falecida poetisa decifrar.

Estudos preliminares dão conta de que ozonioterapia no reto dos outros é refresco

Estudos preliminares dão conta de que ozonioterapia no reto dos outros é refresco

Eu entendo a humanidade. Somos os camundongos de Deus. Novas terapias estão em voga desde o advento da pandemia pelo Covid 19, como a utilização de cuspe na palma das mãos — para o tratamento da solidão e da disfunção erétil — ou a injeção de ozônio na ampola retal do freguês — como parte dos esforços para a recuperação da estratosfera terrestre. Estudos medíocres preliminares comprovam que a pomada de Minâncora cura frieira, mas, também, quebra um baita galho quando utilizada como lubrificante íntimo. Não, eu não quero intimidade com nenhum dos meus detratores.