Autor: Solemar Oliveira

10 textos sobre vinhos de 10 grandes autores da literatura mundial

10 textos sobre vinhos de 10 grandes autores da literatura mundial

Um bom livro, assim como um bom vinho não pode ser relativizado, e os dois fornecem experiências igualmente fantásticas, limitadas apenas pelos sentidos específicos relacionados as suas afinidades. Com a diferença de que um livro leva uma pequena vantagem em relação ao vinho. Um bom livro pode ser lido mais de uma vez, enquanto um bom vinho parece ser uma experiência única.

Bula de Livro: Rinha de Galos, de María Fernanda Ampuero

Bula de Livro: Rinha de Galos, de María Fernanda Ampuero

Ao lado de escritoras de língua espanhola atuais, como Selva Almada, Samantha Schweblin, Rosa Montero, Mariana Enriquez, dentre outras, está María Fernanda Ampuero, e seu mundo desconcertantemente real. Tendo como protagonistas mulheres, em sua maioria vivendo à margem, no limite de suas possibilidades, sentimentos e forças, ela elabora, com profunda competência, uma teia de histórias dramáticas, com fúria e detalhes terríveis, para mostrar que o mundo em que fomos atirados para viver, não é nada belo ou atraente.

Bula de Livro: Escute as Feras, de Nastassja Martin

Bula de Livro: Escute as Feras, de Nastassja Martin

Li “Escute as Feras”, de Nastassja Martin, e gostei. Na verdade, gostei bastante. Não perdi o sono, mas quase. Sabe aquela velha piada, uma espécie de spoiler que nos contam quando decidimos ler um livro ou assistir a um filme, quando alguém diz: “Ela morre no final?” Aqui não funciona! Nástia, a narradora, morre no começo! Não é a morte física, mas a morte como um símbolo de transformação.

Bula de Livro: O Estrangeiro, de Albert Camus

Bula de Livro: O Estrangeiro, de Albert Camus

As palavras iniciais do romance, narrado em primeira pessoa, orientam para o que se desenvolverá em todo o livro. A morte da mãe, o episódio da dor maior se tornará o crime pelo qual o protagonista será julgado, apesar de não o ter cometido. Por outro lado, Meursault fez algo pior. Matou um homem por causa do calor, do brilho do sol, do enfado da praia no final de tarde. Atirou friamente e condenou a si próprio: “Então atirei quatro vezes ainda num corpo inerte em que as balas se enterravam sem que se desse por isso. E era como se desse quatro batidas secas na porta da desgraça”.

Bula de Livro: Pedro Páramo, de Juan Rulfo

Bula de Livro: Pedro Páramo, de Juan Rulfo

Para além dos tipos singulares, a morte, tema máximo de “Pedro Páramo”, acontece simplesmente. Não faz rodeios e surge, silenciosa, de repente. Se sobrepõe e determina a ordem. Mas não é o fim. “Mais além, nas sombras, um punhado de mulheres para quem já estava se fazendo tarde para começar a rezar a oração dos defuntos.” A morte, é a personagem das personagens, como quer Juan Rulfo em sua obra.