Uma jornada emocionante e impactante, filme desconhecido no Prime Video vai tocar cada cantinho da sua alma Divulgação / Focus Features

Uma jornada emocionante e impactante, filme desconhecido no Prime Video vai tocar cada cantinho da sua alma

“Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre” é um filme que estreou em janeiro de 2020, dirigido pela jovem cineasta independente de Nova York, Eliza Hittman. Recebendo elogios da crítica, o filme ganhou reconhecimento nos prestigiosos Festivais de Sundance e de Berlim e agora está disponível no catálogo do Prime Video, que pode ser encontrado também na plataforma sob o título original “Never, Rarely, Sometimes, Always”.

Em uma entrevista à Film at Lincoln Center, uma sociedade cinematográfica de Nova York, a diretora e roteirista Eliza Hittman revelou a inspiração por trás do filme, desencadeada por uma manchete sobre a morte de uma mulher devido à falta de acesso ao aborto. Essa tragédia impulsionou Hittman a conceber a jornada de uma mulher em busca desse serviço. Inicialmente ambientada na Irlanda, a trama retratava uma odisseia marítima até Londres para o procedimento. No entanto, Hittman optou por situar a história em uma pequena cidade da Pensilvânia, tornando-a mais próxima de sua realidade. Determinada a compreender essa experiência, a cineasta conduziu sua própria investigação, mergulhando na rotina de uma clínica rural e absorvendo nuances e contextos locais.

O roteiro segue a trajetória de Autumn, uma adolescente reservada e introspectiva, cuja personalidade é delineada através de uma cena inicial em um show de talentos na escola. Após enfrentar insultos de um colega, sua determinação em continuar cantando revela sua força interior. A relação com a prima, Skylar, sua única confidente, é central na narrativa. Interpretadas pelas talentosas Sidney Flaningan, à época com 21 anos, e Talia Ryder, de 17 anos, as personagens emanam autenticidade, conferindo à obra uma singularidade palpável.

Autumn é uma adolescente que engravida acidentalmente e busca desesperadamente interromper essa gravidez indesejada. Após tentativas fracassadas na própria cidade, ela descobre que precisa da autorização da mãe para realizar o aborto. No entanto, decidida a manter isso em segredo, ela recorre a métodos alternativos, como automedicação e autodestruição, em uma cena visceral que lança luz sobre a desesperada realidade de muitas mulheres que enfrentam obstáculos semelhantes.

Finalmente, ela descobre que pode realizar o procedimento em Nova York e compartilha essa descoberta com sua prima, que a acompanha em uma viagem de ônibus para a cidade, munidas de poucos recursos financeiros. Embora haja poucos diálogos, a cumplicidade entre elas é evidente, apesar de alguns desentendimentos. O filme, embora não seja um manifesto político, sugere implicitamente a importância do apoio feminino em meio a uma jornada solitária e muitas vezes perigosa. Notavelmente, o filme evita apelar para trilhas sonoras melodramáticas ou exageros emocionais, optando por uma abordagem sutil e introspectiva.

Uma curiosidade intrigante é que Talia Ryder foi escalada para o papel da prima apenas 48 horas antes do início das filmagens. No entanto, sua atuação delicada e genuína complementou perfeitamente a de Sidney Flaningan, acrescentando camadas de complexidade à narrativa.


Filme: Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre
Direção: Eliza Hittman
Ano: 2020
Gênero: Drama
Nota: 9/10