Na Netflix, filme baseado em graphic novel que vendeu 10 milhões de exemplares é um dos mais assistidos de 2023 Gael Turpo / Netflix

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A representação feminina no cinema tem evoluído significativamente, tornando-se mais presente e essencial para destacar a diversidade e a resiliência das mulheres ao confrontar os papéis tradicionalmente impostos a elas. Mélanie Laurent, conhecida por suas atuações, também tem se destacado na direção, criando filmes que são tanto lúdicos quanto reflexivos.

Seu filme “As Ladras” se apresenta como um exemplo dessa direção artística, refletindo a progressão da arte cinematográfica e o diálogo com transformações culturais mais amplas. Há questionamentos sobre se essa mudança é completamente autêntica ou uma resposta às pressões sociais atuais.

No seu trabalho mais recente, Laurent apresenta uma narrativa que abrange várias gerações de mulheres e analisa com detalhe as dinâmicas de gênero em cena. A diretora tece suas inspirações e técnicas com as reações do público, similar ao processo de criação de seu projeto anterior, “O Baile das Loucas”.

A trama se inicia com a personagem Carole na Suíça, retratando temas de liberdade e solidão. A tensão é perceptível no olhar da personagem de Alex. A interação inicial entre as protagonistas, interpretadas por Laurent e Adèle Exarchopoulos, estabelece a base para uma narrativa que se estende além da fonte original, o quadrinho “A Grande Odalisca”.

O filme segue Exarchopoulos na pele de Sam, uma jovem que busca seu lugar em ambientes tipicamente masculinos como as corridas de carro. A chegada de Manon Bresch adiciona uma nova dinâmica ao trio principal, refletindo diferentes facetas da experiência feminina. Isabelle Adjani assume o papel da Madrinha, simbolizando poder e influência que acompanham a experiência e a perspicácia, em um comentário sutil sobre idade e aparência.

“As Ladras” faz referências estilísticas a filmes como “Bela Vingança” e “A Bailarina”, incentivando o espectador a atentar para nuances e mensagens subliminares.

O roteiro, coescrito por Laurent, Christophe Deslandes e Cédric Anger, atrai a atenção não só pelo evidente, mas também pelo implícito. A obra balanceia temas densos com elementos cômicos, lembrando que existe um tempo para a introspecção e outro para o entretenimento, demonstrando a capacidade de Laurent de atender às diversas expectativas do público e explorar a profundidade de seu meio artístico.


Filme: As Ladras
Direção: Mélanie Laurent
Ano: 2023
Gêneros: Ação/Comédia/Policial
Nota: 8/10