Detonado pela crítica e amado pelo público, filme de Will Smith na Netflix custou 150 milhões de dólares Ben Rothstein / Paramount Pictures

Detonado pela crítica e amado pelo público, filme de Will Smith na Netflix custou 150 milhões de dólares

Will Smith, com uma carreira diversificada, empresta sua presença experiente a “Projeto Gemini”, um filme que entrelaça conceitos de ficção científica com dilemas humanos profundos sob a direção habilidosa de Ang Lee. Este último foca em equilibrar elementos técnicos e narrativos sofisticados. O enredo, repleto de nuances tecnológicas, apresenta Smith em um papel desafiador que explora temas complexos como identidade pessoal, ética e as consequências psicológicas da tecnologia na definição da humanidade.

“Projeto Gemini” é um conto futurista onde a narrativa emprega efeitos especiais avançados para aprofundar a introspecção moral, mesclando-os com ação e aventura. Smith, na pele de Henry Brogan, um assassino habilidoso, encontra-se em uma crise que desafia sua própria identidade. O filme transcende cenas de luta coreografadas, abordando um diálogo introspectivo e um confronto interno, representado por um adversário que é, perturbadoramente, uma versão mais jovem de Brogan. Essa dinâmica obriga o protagonista a refletir sobre suas escolhas passadas e enfrentar dilemas éticos profundos.

Nas mãos de Ang Lee, “Projeto Gemini” desafia a categorização como mero espetáculo de efeitos visuais. Em vez disso, mergulha no psicológico, incentivando os espectadores a ponderar sobre identidade, remorso e a integridade do ser humano. Lee dirige a narrativa com um ritmo que alterna entre ação intensa e calma reflexiva, destacando a batalha silenciosa e interna de Brogan.

O filme conscientemente tece elementos científicos em sua trama, utilizando-os como instrumentos para explorar a natureza dos conflitos humanos internos. A ideia de clonagem e a presença de duplicatas biológicas servem não apenas como truques de enredo, mas também como catalisadores para discussões sobre autenticidade, a fragilidade do espírito humano e dilemas éticos da manipulação da vida pela ciência.

No papel central, Smith oferece uma atuação medida de um homem em um embate extraordinário com sua réplica tecnológica, alternando entre vulnerabilidade, confusão e determinação, à medida que busca entender sua realidade conturbada.

Ang Lee, com sua versatilidade, garante que “Projeto Gemini” transcenda clichês do gênero, aspirando a adicionar uma camada filosófica, usando a ficção científica para examinar questões existenciais. A relação complexa entre Smith e seu clone tenta elevar o filme além de uma narrativa de ação, promovendo reflexão sobre os enigmas da identidade humana.

Globalmente, “Projeto Gemini” ambiciona ser um ponto de encontro entre introspecção profunda e entretenimento, empregando elementos de ação para sustentar o enredo, mas esforçando-se para dialogar sobre os conflitos internos que definem a experiência humana. Convida os espectadores a uma jornada interna de reconhecimento de nossas imperfeições e, através do espelho de nossas réplicas, busca um entendimento mais profundo de nossa própria humanidade conturbada.

Na trama intrincada, onde se misturam dramas de consciência, teorias conspiratórias e organizações que desafiam a lei, o personagem de Smith é condenado a um jogo de gato e rato mundial, enfrentando adversidades e revelações que o obrigam a confrontar seu passado até um desfecho que busca oferecer algum sentido e redenção.

“Projeto Gemini”, além do aspecto narrativo, destaca-se pelas inovações tecnológicas, convidando o público a suspender a descrença e mergulhar em uma experiência cinematográfica que desafia e expande os limites do storytelling visual e temático.


Filme: Projeto Gemini
Direção: Ang Lee
Ano: 2019
Gêneros: Ficção Científica/Ação
Nota: 8/10