Romance na Netflix conta história real surpreendente de amor que revolucionou a cultura Claire Folger / Strongman

Romance na Netflix conta história real surpreendente de amor que revolucionou a cultura

Embora não seja uma biografia autorizada pela família, “Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas”, filme escrito e dirigido por Angela Robinson, foi realizado com o apoio de uma fonte próxima a eles e que teria passado diversas informações para a cineasta, que optou por dar sua própria interpretação de como teria sido a vida do psicólogo e criador da Mulher Maravilha. A vida dos Marston também já havia sido adaptada para uma peça, em 2014, chamada de “Lasso of Truth”, escrita por Carson Kreitzer.

Marston era professor de psicologia em Harvard e criador do teste de pressão arterial sistólica, utilizado no polígrafo. Membro da “Pi, Beta, Kappa”, a sociedade de maior prestígio dos Estados Unidos, e inventor da teoria DISC, ele foi um sujeito brilhante, sem sombra de dúvidas. Mas também esteve cercado de mulheres igualmente inteligentes e que impulsionaram sua criatividade e sucesso na carreira.

Casado com Elizabeth, advogada e psicóloga pelas universidades de Boston e Harvard. Uma das pouquíssimas mulheres da época com sua formação, ela teve uma carreira prolífica e foi parceira de seu marido nos estudos sobre pressão arterial sistólica. Ela também teve grande influência sobre a criação da Mulher Maravilha.

No filme, o casal é interpretado por Luke Evans e Rebecca Hall. Mas seus currículos são apenas detalhes dentro do longa-metragem, que gira em torno do romance entre o casal e a estudante Olive Byrne, vivida por Bella Heathcote, além da polêmica que sucedeu a criação da Mulher Maravilha.

A favor do sufrágio universal, Marston se considerava feminista e defendia a liberdade e independências das mulheres. Sua revista em quadrinhos, publicada pela DC Comics, retratou a primeira mulher heroína da cultura pop. A Mulher Maravilha era inspirada nas mulheres que o cercavam: Elizabeth, Olive e a não citada no filme, a amante Marjorie Wilkes Huntley. Um admirador das mulheres ou um mulherengo? Difícil dizer, afinal, a família Marston sempre foi bastante discreta e nunca revelou segredos de sua própria convivência.

A Mulher Maravilha foi a primeira do gênero feminino a ter superpoderes, capturar nazistas e outros vilões da época, usar armas e salvar o mundo. Vivendo sob a identidade secreta de Diana Prince, a princesa Diana da Ilha Paraíso era uma amazona poderosa de origem greco-romana. Nas revistinhas de Marston há diversas referências sexuais, principalmente ao bondage, uma prática de dominação e submissão, além de sadismo e sadomasoquismo.

Não apenas pelo apelo sexual, mas também por pregar o feminismo, a Mulher Maravilha sofreu inúmeros ataques de sociedades conservadoras nos Estados Unidos. Os quadrinhos também passaram por uma crise de vendas entre as décadas de 1960 e 1970, quando a personagem passou pelas mãos de outro roteirista que retirou seus superpoderes.  Mas foi no fim de 1970 que ela recuperou sua essência e retornou ao pódio dos gibis mais vendidos, ao lado de super-heróis como “Super-Homem” e “Batman”.

“Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas” gira em torno da dinâmica do trisal, da reação conservadora da sociedade diante de algo completamente incomum e do nascimento da Mulher-Maravilha. É um filme no mínimo curioso para entender a história da heroína mais famosa da cultura pop.


Filme: Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas
Direção: Angela Robinson
Ano: 2017
Gênero: Biografia / Drama
Nota: 8/10