Alucinante e explosivo, filme de ação na Netflix é o mais assistido do Brasil na atualidade Divulgação / Imagem Filmes

Alucinante e explosivo, filme de ação na Netflix é o mais assistido do Brasil na atualidade

“Vingança entre Assassinos” é um filme de ação e suspense de 2009, dirigido por Scott Mann e escrito por Gary Young, Jonathan Frank e Nick Rowntree. No enredo, o chamado “O Torneio” ocorre a cada 7 anos em uma cidade aleatória. É uma disputa entre 30 dos maiores assassinos da atualidade. Eles devem matar uns aos outros até que sobreviva apenas um.  No meio disso, vidas de pessoas comuns podem ser ceifadas como efeito colateral.

Entre essas pessoas comuns que acabam no centro dessa disputa mortal, está o padre MacAvoy (Richard Carlyle). Ele se torna alvo dos assassinos quando um dos participantes, Anton Bogart (Sebastien Foucan), consegue tirar seu próprio rastreador e instalá-lo no religioso. O clérigo, que é um depressivo alcoólatra e que passa por uma crise de fé, está desiludido com a vida quando se vê em luta por sua sobrevivência nesse jogo de profissionais. Ele recebe a ajuda da participante Lai Lai Zhen (Kelly Hu), dedicada em protegê-lo, apesar das instruções da organização do torneio para aniquilá-lo.

Com cenas de ação grandiosas, não poderia ter sido diferente, já que Mann é também CEO da empresa Flawless, especializada em tecnologia visual e efeitos sonoros de inteligência artificial para filmes e entretenimento. “Vingança entre Assassinos” foi praticamente o primeiro filme de proporção hollywoodiana dirigido pelo cineasta. O longa-metragem foi produto de muitas frustrações que o realizador sofreu na indústria em seus anos iniciais na profissão.

Em uma entrevista, Mann contou que se tornou um aficionado por cinema ainda criança, por ter sido isolado pelos colegas. Tímido e vítima de bullying, ele encontrou na ficção seu refúgio, uma vida melhor. Conforme cresceu, decidiu transformar sua paixão em profissão. Quando adulto, Mann percebeu que as coisas eram muito mais difíceis do que imaginava. Entre negativas de financiamentos e complicações na produção, Mann se uniu com colegas da faculdade de cinema para fazer um filme que representasse aquilo que eles amavam: um verdadeiro arrasa-quarteirões. Assim, de ideias absurdas e cheio de ação, eles criaram um videoclipe do projeto de “Vingança entre Assassinos”.

Mann decidiu assumir como próprio produtor desse clipe de uns dois minutos, usou todo seu recurso financeiro, que consistia em um pouco de dinheiro, cartões de crédito e favores de conhecidos, para apresentar a ideia do filme no Festival de Cannes em 2005 e tentar conseguir financiadores. De acordo com ele, a resposta foi incrível e logo ele conseguiu angariar fundos para a produção e fazer sua escalada em Hollywood. Mas foi graças às várias decepções na indústria americana e sua própria forma de enxergar efeitos visuais e sonoros, que Mann decidiu pesquisar tecnologias e fundar a Flawless.

Embora “Vingança entre Assassinos” tenha nomes conhecidos, como Ving Rhames, Robert Carlyle, Liam Cunningham e Ian Somerhalder, é preciso entender que o filme é, praticamente, um trabalho independente e baixo orçamento. O investimento foi de 9 milhões de dólares, pequeno em comparação com grandes produções de ação hollywoodianos. A bilheteria rendeu quase nada. Sequer pagou os custos, rendendo mundialmente 493 mil dólares. Foi o filme de entrada de Mann no cinema de gente grande e, com certeza, lhe abriu as portas da indústria.

“Vingança entre Assassinos” é um filme ousado, corajoso e pretensioso de um diretor, à época, iniciante. Apaixonado pelo cinema de entretenimento, o filme de Mann promete muitas cenas inebriantes, explosivas e cheias de adrenalina.


Filme: Vingança entre Assassinos
Direção: Scott Mann
Ano: 2007
Gênero: Ação
Nota: 6/10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.