Se toda história dispõe de começo, meio e fim, é lógico pensar que o mesmo se dê com a Terra — e com o próprio universo —, e, quiçá, tudo se reinicie de outro modo. A lista da Bula canibaliza o espírito do tempo e relaciona cinco títulos na Netflix em que o cinema aponta a mórbida necessidade do homem quanto a brincar com fogo, adiantar-se ao futuro e mesmo transformá-lo. Para a pior.

“Django Livre” é outro testemunho da audácia de Quentin Tarantino. Desde a estreia do adoravelmente caótico “Cães de Aluguel” (1992), o diretor se propõe voos em horizontes cada vez mais amplos. O argumento do negro escravizado como base da depauperada economia dos Estados Unidos durante a Guerra Civil Americana (1861-1865) vem à baila nas elucubrações nada ingênuas de Tarantino, que jamais abandona seu mártir e prepara diante de nossos olhos, malgrado não o percebamos, a transformação de seu protagonista.

A arte nem sempre precisa de explicação. Ela flui da imaginação de quem a faz e é captada de diferentes formas por cada pessoa que tem contato com ela. Não é necessário, sempre, compreender as inspirações, motivações e razões do artista. Muitas vezes, tudo que você precisa é pensar em sobre como ela te afeta. E a forma como ela mexe com você não é como ela mexe com as outras pessoas. Nesta lista, filmes surreais na Netflix que vão fazer sua imaginação perambular por lugares desconhecidos.

“O Resgate do Soldado Ryan” explora um elemento aparentemente solto do contexto lato da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), até que, por volta do início do terceiro ato, tudo começa a fazer sentido. Houve muitos outros Ryans, garotos simples perdidos ou mortos em todas as plagas por onde os Aliados se moveram tentando deter o avanço de Hitler, e esse é o gancho de que Steven Spielberg usa a fim de arrancar o verniz de romanceação e desmistificar um aspecto sobre o mais importante (e cruento) conflito bélico do século 20, por anos ignorado.

Quantas vezes você já não ouviu as pessoas dizerem que não tem nada mais para assistir na Netflix? Até você mesmo já deve ter dito, em algum momento, que já viu tudo que tinha de bom no catálogo. Mas a Revista Bula precisa te dizer que não é bem assim. Às vezes, os algoritmos enganam e acabam te mostrando sempre as mesmas coisas, enquanto outras boas ficam escondidas, porque ele entende que não faz parte do seu perfil. Confira algumas produções disponíveis que vão te provar que ainda tem muita coisa boa para ver na plataforma.