Autor: Marcelo Franco

Olga Savary, uma paraense

Olga Savary, uma paraense

Muito do Neruda e do Vargas Llosa que lemos em português vem do seu labor de tradução — e a isso devemos dar graças diariamente, a esse trabalho de formiguinha que tentava nos desasnar a cada novo livro que nos apresentava. E ela ainda nos deu uma tradução de “Paradiso”, aquele calhamaço de José Lezama Lima.

Passarinho que se debruça

Passarinho que se debruça

O mundo me excede, sempre me excederá, e eu me simplifico. Além do mato do Norte, gosto de bar perdido no interior, cachorro preguiçoso à porta e dono com pano de limpeza pendurado no ombro, e ainda tenho um lugar cativo no peito para igrejas coloniais, mas somente do tipo despretensioso.

Sobre livros, mofo e cartões de crédito

Sobre livros, mofo e cartões de crédito

Sou um tipo que compra livros.E sei que jamais lerei o que venho acumulando durante anos: ainda que os genes herdados indiquem uma possível longa vida, a fibrose pulmonar por causa da poeira acumulada nesses tantos livros é algo com que morbidamente conto — colecionai livros e um pulmão rígido como um militar da reserva não vos faltará.

Salvando o Bar Luiz

Salvando o Bar Luiz

Criado como Zum Schlauch, foi também Bar Adolph antes de ser Luiz. Por motivos óbvios, esses bares alemães mudaram de nome durante a Segunda Guerra. O Luiz, aliás, esteve a ponto de ser destruído por patriotíssimos estudantes revoltados com o afundamento de navios brasileiros por submarinos alemães, mas Ary Barroso, trepado numa mesa, dispersou a turba.

A infância são lugares e ruídos

A infância são lugares e ruídos

Vocês todos aí preocupados com os rumos do país e eu aqui cumprindo um ritual de recordações que é um dos meus prazeres de domingo. Envolve álbuns antigos de fotografias, pesquisas na internet e até caminhadas pelas ruas e vielas da minha juventude. Sendo leitor de Proust, Pedro Nava e Eric Kandel, desde cedo eu estava destinado à sina de lembrar.