Autor: Marcelo Franco

Graciliano Ramos é o meu candidato em 2026

Graciliano Ramos é o meu candidato em 2026

Antes de Graciliano Ramos ser Graciliano Ramos, ele foi prefeito de uma corrutela, Palmeira dos Índios, cidade que hoje, imagino, deva ter alguma prosperidade, e escreveu então dois relatórios ao governador de Alagoas. Nos tais relatórios já havia a semente do autor de “Vidas Secas”, um texto conciso, muitas vezes irônico, seco como nordestino sofrido por falta de chuva (sem dós de peito, como resumiu Antônio Cândido), tanto que o poeta Augusto Frederico Schmidt, também editor, perguntou-lhe se ele teria algum romance guardado na gaveta.

Miles Davis, a autobiografia

Miles Davis, a autobiografia

Não gosto de jazz. Não gosto ou não o entendo, sei lá — pouco distingo um saxofone bem assoprado de qualquer muzak de quinta categoria. Salvam-se umas coisinhas aqui e ali, pois até a minha ignorância tem limites, creio eu (tem?). Digamos “Bitches Brew”, do Miles Davis, que não deixa nunca de me espantar.

Esta vida está cheia de ocultos caminhos

Esta vida está cheia de ocultos caminhos

Gosto da ideia de haver um “Dia de Finados”. Evidentemente, trazemos os nossos mortos dentro de nós todos os dias; ter um dia específico para os homenagear me parece, ainda assim, algo importante. Philippe Ariès, claro, desvendou esses mistérios do luto para nós todos.

Aquele Rio de amor que (ainda) não se perdeu

Aquele Rio de amor que (ainda) não se perdeu

Uma das formas de amar o Rio é chegar à cidade num dia de sol e torcer para que o passar dos dias arrefeça um pouco o calor, mas não muito quando der praia, porque aí a sensação térmica deverá estar no teto do Sete-Peles: valerá a pena, há sempre o chope restaurador de ânimos e o antigo mar carioca, no qual tantos eventos históricos ocorreram, permanece sempre próximo — banhar-se nele é como se molhar na própria História, com inicial maiúscula mesmo.