Autor: Euler de França Belém

O Irlandês, de Martin Scorsese, é uma obra-prima

O Irlandês, de Martin Scorsese, é uma obra-prima

Paulo Francis dizia que cada jornal tinha pelo menos 315 críticos de cinema. Mudou: hoje todo mundo é crítico de cinema. Mas, brincadeira à parte, a crítica de cinema patropi tem um grau de excelência rara. A “Folha de S. Paulo” publicou um texto do “Times” sobre o filme “O Irlandês”, de Martin Scorsese, que comenta a parceria entre o diretor e os atores Roberto De Niro e Al Pacino, mas nada explica sobre a película — o que Luiz Carlos Merten e Inácio Araújo fazem com categoria.

Susan Sontag: a mulher que queria ser tudo

Se alguém me pedisse para definir Susan Sontag numa frase, eu diria: “A intelectual que queria ser tudo”. Trata-se de uma mulher plural: crítica literária, ensaísta de primeira linha e, sim, prosadora (aquém da ensaísta, é certo, mas integrante de um ilustríssimo segundo time, assim como Edmund Wilson, que, como prosador, é membro de um honroso terceiro time).

Daqui a 100 anos, quem será lembrado: Chico Buarque ou Bolsonaro?

Daqui a 100 anos, quem será lembrado: Chico Buarque ou Bolsonaro?

Independentemente de sua ideologia política, que tende a esmaecer com o tempo — prevalecendo a qualidade da arte, pois a estética vai superando o discurso político-ideológico, dada a passagem do tempo histórico em que foi criada (a resposta artística acaba pode se tornar mais lembrável do que o tempo que lhe deu origem) —, a obra musical, até mais do que sua literatura, de Chico Buarque vai sobreviver, assim como a música de Bach, Beethoven, Brahms e Chopin, a poesia de Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto e a prosa de Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Lygia Fagundes Teles.

Edward Snowden sugere que conversar pelo celular é compartilhar segredos com quem não conhecemos

Edward Snowden sugere que conversar pelo celular é compartilhar segredos com quem não conhecemos

Há seis anos, o jovem Edward Joseph Snowden (de 36 anos) — um indivíduo — destampou a, digamos, “latrina” do governo americano, e por extensão a de alguns de seus aliados, e expôs que se espionava tudo, a respeito de todos. Para não ser preso, escapou para Hong Kong e, depois, para a Rússia de Vladimir Putin — país tido como inexpugnável ao poderio da nação mais rica do mundo.