Autor: Enio Vieira

Milton Hatoum investiga as desilusões históricas e da memória Marcos Alves / Divulgação

Milton Hatoum investiga as desilusões históricas e da memória

O longa-metragem “Marighella” (2021), de Wagner Moura, por exemplo, é apenas o mais recente produto da batalha narrativa sobre o período político brasileiro de 50 anos atrás. No meio de tanta produção, o escritor Milton Hatoum começou em 2017 a publicação de uma trilogia de romances, chamada de “O Lugar Mais Sombrio”, que é um marco da reflexão na literatura contemporânea a respeito daquele período.

Povos da Amazônia inspiram novo pensamento filosófico

Povos da Amazônia inspiram novo pensamento filosófico

O aquecimento global, as mudanças climáticas, deixaram de ser assunto exclusivo de ambientalistas. Há um novo pensamento filosófico e mesmo literário sendo construído a partir da experiência indígena na Amazônia. Um dos maiores pensadores da atualidade é o antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro, com suas ideias de “perspectivismo ameríndio”. Ao mesmo tempo, os escritores Ailton Krenak e Davi Kopenawa se tornaram vozes extremamente relevantes do debate brasileiro e, também, global.

Precisamos falar sobre o cinema de mexicanos, argentinos e brasileiros Kimberley French / 20th Century Studios

Precisamos falar sobre o cinema de mexicanos, argentinos e brasileiros

Os brasileiros criaram ao longo de décadas uma série de imagens distorcidas a respeito dos vizinhos hispânicos e de si mesmos. Os mal-entendidos aparecem na política, no esporte e, também, no debate cultural. Se uma história qualquer no cinema ou na televisão é ruim, a conclusão é que se trata de uma “novela mexicana”. Os argentinos são vistos como padrão de excelência por conta de meia dúzia de filmes. Na mesma área, a fama do Brasil é a pior possível, pois seríamos inaptos e ruins de nascença para contar histórias cinematográficas.

Em livro de contos, Chico Buarque desvenda o presente sinistro

Em livro de contos, Chico Buarque desvenda o presente sinistro

Como tem sido frequente, Chico Buarque apareceu este ano sem avisar com um livro novo, “Anos de Chumbo e Outros Contos”. É mais uma obra para incomodar e trazer o olhar perplexo do autor para as coisas do mundo e do Brasil. Não há refresco para leitores e leitoras nas oito histórias que viram de cabeça para baixo o presente do país, incluindo o tema da pandemia. Tudo isso na forma buarqueana de escrever prosa, já conhecida desde o romance “Estorvo” — que está com nova edição comemorativa de 30 anos.