Autor: Eberth Vêncio

O primeiro tiro a gente nunca esquece

O primeiro tiro a gente nunca esquece

Assim vivemos. Sobrevivemos nos dias bicudos de um mundo carniça. Gente sofrendo perrengues em longas filas de espera. A grana curta. Um maldito oficial de justiça que está apenas cumprindo o seu papel e nos bate à porta. Homens que batem em mulheres. A saudade de pais que já não podem ser abraçados.

A dor é uma visita que não vai embora

A dor é uma visita que não vai embora

Pimba na gorduchinha. Está valendo. Começa mais uma peleja entre Deus e o diabo. Que se percam os piores. Assim é a vida. O jogo é de portas fechadas ao público. Ninguém quer saber dos podres uns dos outros. Torcida desorganizada. Apenas os rostos amarelados pelo tempo sorriem da estante.

Há uma leva de corações decadentes  pulsando no centro sujo das grandes cidades

Há uma leva de corações decadentes pulsando no centro sujo das grandes cidades

Tenho certos conceitos aprisionados dentro da cabeça e isso é péssimo. Momentaneamente, eu sinto asco da espécie humana. Um andarilho para com câimbras. Um velhote que compra ouro e paga à vista cochila. Sonhará com fortunas ou sua afortunada juventude de volta? Uma moça de beleza impressionante abre passagem na multidão deixando rastros de Palmolive no ar. A vida é um filme noir: preto no branco, melodrama.