Indicado a 10 prêmios, suspense com Rachel McAdams e Cillian Murphy, na Netflix, vai te fazer pular do sofá Divulgação / Dreamworks Pictures

Indicado a 10 prêmios, suspense com Rachel McAdams e Cillian Murphy, na Netflix, vai te fazer pular do sofá

A primeira impressão nem sempre é a que fica, e isso é o que Wes Craven prova em seu thriller de suspense “Voo Noturno”. Cillian Murphy interpreta Jackson, um homem misterioso, porém charmoso e educado, que acalma os nervos de um cliente exaltado de uma companhia aérea que tenta humilhar a funcionária do aeroporto por conta de um voo atrasado para Miami. Eles estão na mesma fila em que Lisa Reisert (Rachel McAdams), uma gerente de hotel, aguarda seu voo de volta para casa.

Minutos antes, ela havia falado com o pai, Joe (Brian Cox), por telefone, garantindo que ela chegaria durante a madrugada. Quando conhece Jackson, ela permite que ele pague uns drinks para ela antes de entrarem na aeronave e conversarem trivialidades. Os olhos arregalados e azuis dele são sedutores e igualmente assustadores.

No avião, Lisa e Jackson se sentam um ao lado do outro, e as coisas parecem se desenvolver para um romance. Até que ela pergunta com que ele trabalha, e a conversa sofre uma reviravolta. O avião sai do chão e alça voo. Lisa está naturalmente nervosa com os arranques provocados por pequenas turbulências aéreas. Jackson, ao contrário, ri do nervosismo dela e continua a fazer perguntas. Ela agradece que ele esteja tentando distraí-la, mas não é bem isso que ele está fazendo.

Não demora para que a conversa mude de tom e Lisa descubra que as intenções de Jackson não são nada românticas. Na realidade, trata-se de um terrorista que quer explodir o quarto de um dos inquilinos do hotel em que Lisa trabalha. Para que ela coopere com o plano dele, ele ameaça matar o pai dela, Joe. A partir de então, o filme se torna uma crescente de suspense. Como um pavio que é colocado para queimar, começa lentamente e de repente ganha mais velocidade e potência.

Murphy é sinistramente assustador com sua inexpressividade de um boneco congelado, enquanto Rachel é o completo oposto, é por meio da atuação inflamada e emotiva dela que damos credibilidade à história que é contada na tela. A personagem dela, assim como a Sidney de “Pânico”, maior sucesso de Craven, é corajosa, ousada e não desiste nunca.

“Voo Noturno”, na Netflix, não é um suspense intelectual que traga muitos quebra-cabeças a serem desenvolvidos. A trama é simples e óbvia. Há vários personagens e cenas clichês aqui. Mesmo assim, é um filme divertido de assistir, porque Craven sabe o que o público deseja ver. O vilão dual de Murphy nos mostra que é completamente possível amar e odiar o mesmo personagem. E é graças a essa versatilidade do personagem que Cillian Murphy fez questão de interpretá-lo, pegando um voo da Inglaterra para Hollywood dois dias antes de seu casamento para se oferecer para o papel no filme de Craven.

O longa-metragem, propositalmente com qualidade B, iniciou a produção com um orçamento de 44 milhões de dólares, mas acabou tendo a verba reduzida quase pela metade, para 25 milhões.


Filme: Voo Noturno
Direção: Wes Craves
Ano: 2005
Gênero: Suspense
Nota: 8/10