Filme belíssimo e encantador com Woody Harrelson, no Prime Video, que é antídoto contra a tristeza e mau humor Divulgação / Focus Features

Filme belíssimo e encantador com Woody Harrelson, no Prime Video, que é antídoto contra a tristeza e mau humor

Direção solo de estreia de Bobby Farrelly, “Campeões” é uma comédia dramática adorável com roteiro de Mark Rizzo, que foi adaptado de um filme espanhol homônimo, lançado em 2018. Há, claro, outros enredos similares, como “Uma Vitória Especial”, de Stuart Cooper, que por sua vez foi baseado na história real que virou o livro “B-Ball: The Team That Never Lost a Game”, de Ron Jones. Enfim, filmes parecidos não faltam no circuito, mas se tem algo que torna este especial é Woody Harrelson. Esse ator extraordinário e versátil traz para “Campeões” uma atuação divertida e contraditória que rende muitas reflexões e, ao mesmo tempo, diversão.

O personagem de Harrelson, Marcus, é um sujeito detestável, cheio de preconceitos e arrogante. Ele admite ser o estereótipo americano: burro e fútil, mas a admissão de culpa não o constrange de ser desagradável sempre que lhe dá na telha. O filme começa com ele se dando bem na cama depois de um encontro marcado pelo Tinder. Alex (Kaitlin Olson), a garota que aceitou ir para a cama com ele, é bem-resolvida e não quer que ele se sinta mal por eles terem feito apenas um sexo casual. Ela sabe disso. Afinal de contas, por que é que os caras sempre acham que as mulheres querem relacionamento depois de uma noite? Enfim, ela vai embora e, apesar da noite aceitável, ambos torcem para que nunca mais se encontrem de novo.

Marcus é assistente técnico de um time universitário. Quando é pego dirigindo embriagado, acaba em um tribunal que o condena a pagar com serviço comunitário. Marcus deve treinar, durante 90 dias, um time de jovens com deficiência intelectual. Parece uma punição leve para uma infração tão grave, mas para Marcus o castigo é realmente um pesadelo, afinal, é um poço de intolerância e falta de paciência.

A primeira aula faz com que Marcus tenha certeza absoluta de que aquele grupo é incapaz de aprender basquete. Enquanto caminha de volta para casa, um dos alunos, Johnny (Kevin Iannucci), passa por ele de carro e oferece carona. Só depois que entra no automóvel que ele se dá conta de que a motorista, que é irmã mais velha de Johnny, é Alex, que conheceu no aplicativo de namoro. O reencontro é um tanto desconfortável, mas disfarçam bem na frente de Johhnny o fato de já se conhecerem.

A verdade é que cada integrante do time, formado por Johnny, Darius (Joshua Felder), Cosentino (Madison Tevlin), Showtime (Bradley Edens), Benny (James Day Keith), Arthur (Alex Hintz), Craig (Matthew Von Der Ahe), Cody (Ashton Gunning) e Blair (Tom Sinclair), é um poço de charme e carisma. Todos eles adicionam um tempero especial à trama, deixando tudo mais divertido e encantador. Madson Tevlin tem um brilho extra e nos faz querer continuar assistindo-a.

Enquanto treina e convive com esse time incomum, Marcus sofre transformações drásticas em seu caráter. Além de tudo, ele acaba sendo promovido por Alex de paquera à interesse romântico. Olson também consegue adicionar camadas interessantes para sua personagem, tornando-a um encanto a mais no filme.

“Campeões” pode ser clichê, mas é daqueles que amamos assistir, que nos diverte e captura em cada minuto de suas duas horas de duração. Esse tesouro inestimável e confortável como um cafezinho de manhã está no Prime Video.


Filme: Campeões
Direção: Bobby Farrelly
Ano: 2023
Gênero: Drama/Comédia/Esportes
Nota: 10