Esse é o filme mais visto do momento na Netflix Divulgação / Netflix

Esse é o filme mais visto do momento na Netflix

Com um título que faz trocadilho com o nome da protagonista, “Mea Culpa” é o novo thriller erótico da Netflix que traz Kelly Rowland, ex-Destiny’s Child, cantora e atriz como Mea, uma advogada de defesa que aceita um caso polêmico e que a coloca contra sua família. O título faz referência à culpa de Mea, que está em um casamento problemático, com um marido anestesista que está desempregado. Mas o fato de ela ser a mantenedora solo da casa não é exatamente o que está trazendo problemas para dentro de casa, mas o fato de sua sogra odiá-la e constantemente colocá-la em situações constrangedoras e seu marido não fazer nada para defendê-la. Na verdade, o marido está sempre tomando partido da mãe e tentando justificar o comportamento odioso dela. A sogra de Mea está com câncer e isso, aparentemente, a autoriza a ser um ser humano completamente repulsivo e cruel.

Mas qual a culpa de Mea mesmo? Calma que logo eu chego lá. Tudo começa quando Zayir (Trevante Rhodes), um pintor conhecido, é acusado de assassinar cruelmente sua namorada. Com todas as evidências contra ele, a mídia está praticamente pronta para devorá-lo vivo, assim como o tribunal. O filme ignora o conflito de interesses para colocar Mea, advogada de defesa do réu, contra seu próprio cunhado, Ray (Nick Sagar), que é advogado de acusação no caso.

Ao estilo “Instinto Selvagem”, Mea se aproxima cada vez mais de Zayir, um homem belo, misterioso e que praticamente BDSM com sua ex. O histórico de sexo selvagem com a companheira parece ser ainda mais uma evidência de que ele era agressivo com ela. Enquanto tenta explicar seu lado da história em reuniões íntimas com Mea, em sua casa e estúdio artístico, os dois desenvolvem uma relação cada vez mais passional e impulsiva. Até que Mea se torna, finalmente, culpada de se envolver com outro homem.

O filme certamente tem uma bela fotografia, figurinos estilosos escolhidos a dedo e uma aura de sofisticação bem fora dos padrões de uma sociedade comum. Tyler Perry se tornou um dos nomes mais prolíficos e bem-sucedidos do entretenimento hoje, mas junto com seu extenso currículo é difícil encontrar alguma obra realmente inesquecível e acima da média. Tudo parece bastante fordista e despreocupado em entregar cinema. Até agora, o que tenho acompanhado não passa de entretenimento.

Com roteiro e atuações estilo novelão, “Mea Culpa” traz personagens caricatos, diálogos bobos, reviravoltas exageradas, final previsível e um saldo de diversão, sim, mas alguns neurônios mortos. O thriller jurídico não tem muitas cenas de suspense, mas ganha nossa atenção mais na intriga familiar muitas vezes tão ridícula que nos faz sentir vergonha alheia.

Mesmo assim, Tyler Perry deve estar sorrindo para as paredes, porque neste momento seu filme é o número um no ranking dos mais assistidos do momento no streaming e as críticas negativas e a má reputação tem feito seu longa-metragem repercutir enormemente. Se você assistir “Mea Culpa” e gostar, não se sinta culpado. É o tipo de filme que todo mundo precisa para fugir da realidade.


Filme: Mea Culpa
Direção: Tyler Perry
Ano: 2024
Gênero: Suspense/Drama/Policial
Nota: 7/10