O filme mais visto do momento, na Netflix, no Brasil Cha Min-jung / Netflix

O filme mais visto do momento, na Netflix, no Brasil

Direção de estreia de Heo Myeong Haeng, “Em Ruínas” é um drama de ação, que está na Netflix, e segue um enredo clichê de filme de zumbi pós-apocalítico. No entanto, com algumas diferenças e artifícios capaz de valorizá-lo. Com uma estética meio “Mad Max” e “Invasão Zumbi”, o longa-metragem, que tem texto de Kim Bo-Tong e Kwak Jae-Min, segue o trio formado por Nam-San (Ma Dong-seok), um típico herói de ação, ex-boxeador e caçador habilidoso e seu aliado Choi Ji-wan (Lee Jun-young), que é uma espécie de alívio cômico para o filme. O grupo é completado por Su-Na (Roh Jeong-eui), uma adolescente que mora com a avó e que depois de ser quase sequestrada por uma facção criminosa, é salva por Nam San e Ji-Wan.

Juntos, eles tentam sobreviver em um mundo devastado depois de um grande terremoto que destruiu tudo e deixou uma grave escassez de recursos e o monopólio destes poucos recursos por alguns mal-intencionados. Por conta dessa disputa de água e alimentos, facções se formaram com intuito de saquear os poucos bens que restaram e sobreviver. Enquanto isso, um lugar chamado de ‘os apartamentos’ é difundido como uma espécie de ‘terra prometida’. Única edificação de pé depois do terremoto, o local é uma espécie de comunidade onde as pessoas têm acesso a trabalhos, estudos, comida, água, roupas limpas e o mínimo de conforto que se pode imaginar. Quando Su-Na e sua avó são informadas deste lugar aparentemente maravilhoso e seguro, elas pensam em procurar os apartamentos em busca de abrigo, pois souberam que famílias pequenas têm preferência.

Su-Na acaba separada, no meio do caminho, tanto de sua avó quanto de seus amigos. Decidida a reencontrar a avó nos apartamentos, ela segue o percurso até o local, enquanto Nam San e Ji-Wan estão procurando por ela. Os caminhos dos guerreiros são interrompidos por diversos vilões em cenas de ação inebriantes e extremamente bem pensadas e coreografadas. É importante destacar que Heo Myeong Haeng é muito experiente em cenas de ação, porque era diretor de dublês antes deste filme. As cenas de luta vão agradar fãs do gênero, que prezam por sequências bem filmadas e atuadas que misturam personagens com objetos em cena, dando dinamicidade e fluidez ao filme.

O problema aqui é que “Em Ruínas” se preocupa tanto com a ação que deixa  a desejar nos personagens. Há muitos deles interessantes e até bem escritos, mas acabam tendo suas histórias negligenciadas por conta da preocupação de Heo Myeong Haeng com a ação. Por exemplo, a própria Su-Na, que é uma personagem com uma personalidade incrível, posicionada intelectualmente e corajosa.

Quando ela finalmente chega nos apartamentos, descobre que o lugar é controlado por um cientista maquiavélico, o doutor Yang, que criou um antídoto contra a morte. O problema é que esse remédio da imortalidade transforma, com o tempo, as pessoas em criaturas meio desprovidas de humanidade.

Os efeitos especiais de “Em Ruínas” não são muito convincentes, mas nada que atrapalhe a experiência. O foco aqui são as cenas de luta, que além de ter mérito do diretor, também contam com o talento de Ma Dong-seok, que além de ator e produtor de cinema, é personal trainer e especialista em artes marciais mistas com um talento profundamente reconhecido nesta área. Uma espécie de Jason Statham do cinema coreano, seus papeis costumam ser bastante similares e isso é tanto o motivo de seu sucesso quanto das críticas negativas que recebe.


Filme: Em Ruínas
Direção: Heo Myeong Haeng
Ano: 2024
Gênero: Ação/Drama/Aventura
Nota: 8/10