Novo romance na Netflix é o remédio perfeito para curar seu mau humor, tédio e solidão Divulgação / Netflix

Novo romance na Netflix é o remédio perfeito para curar seu mau humor, tédio e solidão

Os críticos são muito duros com os romances açucarados e previsíveis. Filmes como “O Amor Está no Ar”, longa-metragem australiano escrito e dirigido por Adrian Powers, não escapou da aspereza dos portais globais de cinema. Recém-chegado no catálogo da Netflix, a trama bobinha e despretensiosa gira em torno de um romance entre um auditor fiscal de uma empresa londrina e uma piloto de avião australiana.

William (Joshua Sasse) é filho de um empresário londrino e quer provar para a diretoria que merece crescer dentro da firma. Então, é enviado para a missão inglória de encerrar as atividades de uma pequena companhia aérea beneficiada financeiramente com incentivos de sua empresa. Ele entra em um avião e vai parar do outro lado do mundo, em Queensland, na Austrália, onde fica a falida Fullerton Airways, que depende inteiramente deste financiamento para continuar suas atividades.

Chegando na paradisíaca região de Whitsundays, conhece Dana (Delta Goodrem), uma mistura de Jennifer Lopez com Indiana Jones, que pilota aviões e é filha do fundador da Fullerton Airways, Jeff (Roy Billing). No escritório simplório e milimetricamente improvisado ao longo de décadas, William se reúne com pai e filha, além da mecânica Nikki (Steph Tisdell), responsável pela manutenção da única aeronave da companhia, para tratar das finanças.

Quando ele sutilmente entra no assunto sobre os gastos da empresa com voos não remunerados, Dana agressivamente o interrompe destacando que os trabalhos comunitários são a “alma” da Fullerton Airways. A piloto, que quer manter vivo o legado de sua falecida mãe, faz mais voos de resgate a moradores, transporte de suprimentos e outras atividades beneficentes que voos pagos. Ela já havia sido alertada por Jeff sobre essas despesas colocarem em risco a sobrevivência da empresa, mas Dana insiste firmemente que o trabalho comunitário é o mais importante.

Enquanto William estuda a rotina da companhia aérea, Dana o leva por diversos voos, o apresentando à comunidade e o familiarizando com os serviços sociais que presta. Previsivelmente, William logo percebe a nobreza das intenções de Dana, o que a torna ainda mais atraente que sua beleza física. Ela desperta nele seu lado mais humanizado e espontâneo, o que também se torna um atrativo no auditor. Logo, os dois começam a trocar olhares e a sentir uma conexão de almas. Depois de atravessarem um ciclone juntos, a admiração recíproca cresce ainda mais.

Mas qualquer pretensão de romance escoa pelo ralo quando Nikki escuta William conversar com o pai pelo telefone sobre o fechamento da Fullerton Airways e conta para Dana. Ela o culpa pela falência de sua empresa e ele retorna com o rabo entre as pernas para Londres, mesmo depois de ter tentado defender a pequena companhia em sua empresa. Então, o amor deverá tentar resistir às adversidades, assim como a firma familiar australiana.

O enredo do filme não é nada espetacular ou original, mas, convenhamos, nem tudo que assistimos precisa ser uma obra de arte. Às vezes, tudo que precisamos é de um carinho na alma e um conforto para o coração. Algo que vá desligar nossos cérebros da espiral de agitação e ansiedade. A história levinha é complementada com as paisagens belíssimas da região onde as filmagens foram feitas.

Os visuais deslumbrantes com águas tão azuis e límpidas e areia esbranquiçada parecem ainda mais magníficos filmados com o sensor 8K Vista Vision, que representa o que há de mais tecnológico na captura de vídeo, ligeiramente mais largo que o full-frame de 35mm, com taxa máxima de quadros de 75fps e gerenciamento de cores mais aprimorado, é como estar observando o mar bem diante dos seus olhos.


Filme: O Amor Está no Ar
Direção: Adrian Powers
Ano: 2023
Gênero: Romance
Nota: 7/10