André Gomes

Uma voz, um vibrafone e a arte de fazer música que salva o dia da gente

Uma voz, um vibrafone e a arte de fazer música que salva o dia da gente

Pura, simples e bela celebração da vida, da amizade e da beleza, o disco de Bia e Ricardo relê nove clássicos da música popular brasileira em arranjos sensíveis e inspirados para voz e vibrafone, acompanhados de um violão aqui, um contrabaixo acústico ali, um quarteto de cordas acolá. São canções que um dia tocaram no rádio, quando ainda havia rádios, e que consolaram a dor e enfeitaram a alegria de um mundo de gente.

Alaíde Costa e o milagre da multiplicação de belezas

Alaíde Costa e o milagre da multiplicação de belezas

Aos oitenta e sete anos e quase sete décadas de música, Alaíde Costa é uma das cantoras mais importantes que inda caminham por este mundo e esse é outro milagre. Sem nunca ter enriquecido, lotado estádios nem ter visto suas músicas tocarem na televisão mais de meia dúzia de vezes, ela tem uma multidão de admiradores. Porque cantou sem fazer concessões a quem quis ouvi-la, exerceu seu ofício sem medo e distribuiu belezas que duram. Sua voz impecável inda hoje é um sinal da riqueza do tempo. Alaíde é um tesouro, uma fortuna, uma raridade. Um instrumento bonito de Deus que persiste, esparramando graça entre tanto infortúnio.

Anette Camargo e o ofício de fazer música como quem vai salvar o mundo

Anette Camargo e o ofício de fazer música como quem vai salvar o mundo

Escrevo a poucos dias do lançamento do primeiro álbum de Anette Camargo, “Cirandá”, programado para a primeira semana de outubro. Sei que o correto seria aguardar o disco sair, escutar todas as faixas, analisar as composições, refletir sobre os arranjos. Mas o que eu tenho a dizer sobre Anette não suporta esperas nem carece de confirmações. Meu amor pela arte dessa pianista, cantora, compositora e arranjadora brasileira me permite arriscar sem medo de estar enganado: não ouvi o disco e já gostei!

Monalise e seu bom motivo para sentirmos esperança! Babi Furtado / Divulgação

Monalise e seu bom motivo para sentirmos esperança!

Coisa de dez anos atrás, eu fui ao Rio de Janeiro no carnaval e fiquei encantado com o bloco “Mulheres de Chico”. Que ideia ótima! Mais que uma homenagem a um dos maiores compositores deste país, aquilo era uma peça de resistência, um manifesto da potência da mulher, um grito de alegria e inteligência, uma força da natureza. E que cantoras! Alguém me disse que uma delas se chamava Monalise. Achei bonito! Depois a vida seguiu, eu ainda não voltei ao Rio de Janeiro, mas levei aquela lembrança boa comigo.

A incrível viagem de Niwa rumo a si mesma e sua redescoberta do Brasil Foto / Sofia Colucci

A incrível viagem de Niwa rumo a si mesma e sua redescoberta do Brasil

Niwa nos arranca do chão com garras gentis de ave mitológica e nos leva a uma viagem por melodias lindas e fortes, arraigadas em sua identidade multicultural que sobrevoa nosso mundo rasteiro. Por suas veias correm juntos Björk e Tetê Espíndola, Depeche Mode e Mercedes Sosa, as sirenes marítimas e o canto da araponga. Em sua arte se encruzilham a Amazônia e o Japão, Nova Iorque e Nova Délhi, São Paulo e Belém do Pará. Em seu peito batem antigos tambores e novas tecnologias sintetizando o que somos, o que fomos e o que inda haveremos de ser.