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Henri Rochat, a história do amante de Proust que morou e morreu no Brasil

Henri Rochat, a história do amante de Proust que morou e morreu no Brasil

“Em Busca do Tempo Perdido”, de Marcel Proust (1871-1922), talvez seja a principal catedral literária da França. O escritor criou uma civilização, quiçá uma história paralela — ao estilo de Balzac —, que tem merecido estudos detidos de críticos literários, filósofos (Gilles Deleuze, por exemplo) e outros pesquisadores. Cem anos depois de publicado, o romance-romances continua reverberando, a cada nova análise dizendo e sugerindo mais coisas. Como obra-bíblica, é inesgotável. Sobre a vida do autor, que daria um romance — as biografias, a rigor, são romances do real (e o real contém partes da irrealidade cotidiana) —, há sempre notícias novas surgindo ou sendo recontadas. Como a história de Henri Rochat, o suíço que foi seu amante e morou no Brasil.

A poesia para tempos difíceis

A poesia para tempos difíceis

Ficou conhecida a provocação de Theodor Adorno sobre o desafio de fazer poemas depois dos campos de concentração. A indagação apareceu no pós-Segunda Guerra Mundial. Não haveria uma escrita capaz de apreender o sofrimento causado por cidadãos europeus, no coração de que se imaginava ser a civilização exemplar para o mundo todo. Quem produziu o alto pensamento ao longo da História, realizou uma “exibição de atrocidades”, conforme disse bem um romancista inglês.

John Gray: de boas utopias, certamente, está cheio o caminho do inferno Vera de Kok / Wikipédia

John Gray: de boas utopias, certamente, está cheio o caminho do inferno

Com uma argumentação coerente e límpida, Gray ataca, em “Missa Negra — Religião Apocalíptica e o Fim das Utopias”, (Record, 352 páginas, tradutor Clóvis Marques), os fundamentos filosóficos e culturais das grandes correntes políticas da modernidade, dedicando um número equitativo de páginas para espinafrar jacobinos, marxistas, nazistas, liberais, integralistas islâmicos, trabalhistas ingleses e neoconservadores norte-americanos.