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Jorge Amado, o artífice do realismo fantástico latino-americano

Jorge Amado, o artífice do realismo fantástico latino-americano

Ao publicar o registro literário “A Morte e Morte de Quincas Berro D’Água”, em 1959, o escritor brasileiro Jorge Amado desfere o pontapé inicial do realismo mágico nas páginas da ficção brasileira, obtendo na dramaturgia de Dias Gomes — vide a telenovela “Saramandaia”, por exemplo —, a continuação de seu imaginário prodigioso, situado no espaço geográfico da São Salvador da Bahia.

12 livros Imprescindíveis da literatura brasileira contemporânea Foto / Salty View

12 livros Imprescindíveis da literatura brasileira contemporânea

Como o conceito de literatura contemporânea estipulado pela crítica especializada é fluido e flexível, informo ao Leitor que a cronologia deste artigo se baseará na produção ficcional brasileira, publicada a partir da década de 1950 do século passado. Destarte, as obras selecionadas representarão os últimos anos da segunda metade do século 20, no que tange ao exercício de escritura nacional em prosa de ficção. Aviso aos navegantes que, na próxima ocasião, incumbir-me-ei da análise resumida dos romances dos primórdios do século 21, assinados por autores notáveis no cenário da pós-modernidade.

Roteiro simplificado para ler Lima Barreto

Roteiro simplificado para ler Lima Barreto

Destarte, os matizes patrióticos que demarcam os arroubos ufanistas do Major Quaresma, a todo instante, se perfazem pelo interdiscurso da radicalização sem ideia do ridículo, cujas alusões se referem ao episódio da substituição idiomática da Língua Portuguesa emprestada ao Brasil pelo Tupi-guarani originário deste Terrae Brasilis. Caberia acrescentar, ainda, que tal menção linguística se ancora na reivindicação romântica referente ao afastamento da sintaxe lusitana

Roteiro simplificado para ler Machado de Assis

Roteiro simplificado para ler Machado de Assis

Ao contrário do que se deu comigo em relação ao ficcionista Guimarães Rosa, o escritor Machado de Assis arrebatou-me vagarosamente, como quem se embriaga de um bom vinho tinto, cálice por cálice, até degustar do cerne da matéria-prima da videira, a se instaurar por uma experiência de envelhecimento em barril de carvalho do tempo da vida. tornei-me leitor deste genial criador do “Dom Casmurro”, que, no romance, à primeira vista, há de ser lido, sobretudo, por sua magnífica imperfeição, do que pelo domínio pleno do discurso narrativo intrínseco ao gênero literário.

Meridiano de Sangue: a mais brutal e devastadora representação do inferno da história da literatura

Meridiano de Sangue: a mais brutal e devastadora representação do inferno da história da literatura

“Meridiano de Sangue” é um livro sobre um mundo em ruínas, dos recôncavos de uma região afastada, dantesca, uma proto-civilização. É sobre a terra como uma representação do inferno. Um início num extremo do tempo, longe dos primórdios do planeta, mas que, de alguma forma, reproduz um mundo primordial, caótico, em formação. É essencialmente violento, brutal e intenso. Um clássico de nascença. Épico e canônico.  Segundo Harold Bloom, “Meridiano de Sangue” “é claramente, a meu ver, o maior feito estético da literatura americana contemporânea”. “Meridiano” é um livro sobre algo mais, trata da batalha ancestral entre potências divinas.