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Dois grandes momentos

Dois grandes momentos

Existem ocasiões na vida em que nos sentimos excepcionais, momentos de pura glória que, infelizmente, muitas vezes passam despercebidos pelos demais. Duas dessas ocasiões marcaram minha vida: uma durante um jogo de futebol de salão na minha juventude, onde mesmo sem jogar, recebi uma homenagem inesperada de um jovem fã; e outra mais tarde, quando o reconhecimento veio de uma maneira surpreendente, ao ver meu nome em uma palavra cruzada, solidificando meu sucesso de uma forma que nunca imaginei.

Inconformismo e negação em Dag Solstad

Inconformismo e negação em Dag Solstad

Autor de extensa obra literária (mais de 30 livros), Dag Solstad publicou aos 47 anos o surpreendente “Romance 11 livro 18”, editado no país por uma pequena editora, a Numa, em 1997. É, portanto, obra de um autor maduro, no pleno domínio de seu metier. A tradução ficou a cargo de uma expert também norueguêsa que se instalou no Brasil, Kristin Lie Garrubo. Podemos, portanto, confiar nas equivalências linguísticas, das quais muito depende o crédito da ficção literária.

 Cristo da intolerância e do ódio

 Cristo da intolerância e do ódio

Era páscoa. Conhecia o Torquato — ou não — há quarenta e cinco anos. O nosso encontro aconteceu numa tradicional pizzaria da cidade, tempos depois da eclosão do ovo da serpente, que tinha dado vida e ascensão meteórica à extrema-direita política no país. Ele era um pouco mais velho do que eu, um amigo das antigas, um dos homens mais gentis, probos e educados com quem tive o privilégio de conviver.

Café solúvel, Ortega y Gasset e Haruki Murakami

Café solúvel, Ortega y Gasset e Haruki Murakami

Acordo pela manhã e ligo a TV. Está passando a reprise de uma reportagem sobre violência obstétrica. Sem pensar muito, mantenho essa coisa ligada. Ao som dos depoimentos das vítimas de um médico famoso, coloco um pouco de água para ferver e despejo duas colheres de café dentro de um copo americano. Quando a ebulição finalmente acontece, desligo o fogo e despejo a água sobre os grãos previamente moídos.

O Mestre de Petersburgo, de J. M. Coetzee

O Mestre de Petersburgo, de J. M. Coetzee

O livro narra um encontro imaginário entre Fiódor Dostoiévski e o radical Serguei Nietcháiev, personagem anarquista que inspirou “Os Demônios”. O ano é 1869, e a atmosfera de São Petersburgo está carregada de tensão. Recém-chegado à cidade, Dostoiévski depara-se com a morte enigmática de seu enteado, Pável. Embora a versão oficial aponte para um suicídio, a descoberta de uma lista com nomes destinados à morte no quarto do jovem levanta suspeitas de seus possíveis vínculos com círculos anarquistas.