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5 mapas literários para entender o ciúme

5 mapas literários para entender o ciúme

Sou um homem habituado às obsessões literárias, pequenas inquietações que crescem em mim como manchas de umidade na parede, lentas, persistentes, inevitáveis. Algumas surgem cedo, outras aguardam pacientemente até que a vida as torne inevitáveis. O ciúme não era uma delas. Nunca me interessou como tema filosófico, psicológico ou existencial. Era apenas ruído, drama barato, um desvio emocional que não merecia atenção especial. Porém, a literatura tem seus métodos, formas discretas e poderosas de prender nossa atenção. Foi assim que o ciúme me alcançou, não com gritos ou rompantes violentos, mas por meio do sussurro de histórias que revelam o mais discreto e doloroso dos tormentos: descobrir que o outro jamais foi, nem será, completamente nosso.

Auto-de-Fé: a sublime tragédia e o fogo da alma de Elias Canetti

Auto-de-Fé: a sublime tragédia e o fogo da alma de Elias Canetti

A obra mergulha nas profundezas da psique humana, explorando obsessões, loucura e a desconexão entre intelecto e realidade. Em uma narrativa densa e inquietante, acompanhamos a gradual desintegração de um homem consumido por suas próprias fixações. A linguagem precisa e os diálogos afiados revelam as contradições dos personagens, enquanto o simbolismo e o grotesco expõem as deformações da mente e da sociedade moderna. Estrutura e estilo se entrelaçam para criar uma experiência literária perturbadora, que desafia as convenções narrativas e emociona pelo desconforto que provoca.

Cristovão Tezza diante do silêncio: uma literatura à altura do Nobel

Cristovão Tezza diante do silêncio: uma literatura à altura do Nobel

Um pai, um filho, e a ausência de Deus. Cristovão Tezza constrói uma narrativa crua e dolorosamente lúcida sobre o nascimento de uma criança com síndrome de Down — e a transformação silenciosa de um homem diante do acaso. Sem mitos, sem consolo, sem redenção. Apenas a lenta e digna aceitação do absurdo, como em Camus, como em Borges. O que nasce ali não é só um filho: é a consciência. Um romance que confirma Tezza como um dos poucos autores brasileiros à altura do Nobel.

Como usar a inteligência artificial a seu favor

Como usar a inteligência artificial a seu favor

O problema é que, às vezes, algo muito doido acontece: as inteligências artificiais alucinam e acabam atrapalhando. Alucinar é o termo usado para dizer que a inteligência artificial inventou informações — o que ainda acontece bastante. O problema é que a inteligência artificial alucina, mas quem é taxado de maluco e mandado embora é o cara que a usou para o seu trabalho.

Centenário de Rubem Fonseca

Centenário de Rubem Fonseca

Há escritores que se impõem pelo estilo da escrita. Outros são reconhecidos pela contundência do mundo que expõem. Rubem Fonseca pertence às duas categorias, e talvez a mais uma terceira: a dos autores que, mais do que testemunhar a transformação de seu tempo, moldam suas imagens e contradições. No centenário de seu nascimento, o lugar que ocupa na literatura brasileira continua envolto por tensões.