“Cinco Dias sem Nora” (2008), da mexicana Mariana Chenillo, é o relato ácido de um universo de sentimentos nobres como amor, empatia, altruísmo, solidariedade, rachado por um foguete tomado de cólera, que não tem intenção nenhuma de poupar quem quer que seja. Uma crônica atemporal que alerta para os perigos do “até que a morte os separe”.

Baseado na história real de um dos assassinos em série mais prolíficos dos Estados Unidos, o ex-enfermeiro Charlie Cullen usava seus conhecimentos médicos e seu cargo para envenenar os pacientes dos hospitais em que trabalhava com doses letais de medicamentos. Neste suspense disponível na Netflix, o espectador vai ficar aterrorizado com o que pode acontecer em qualquer lugar, inclusive em uma UTI, onde as pessoas deveriam ser cuidadas.

“A Cura” é um espetáculo para os olhos. Desabridamente gótico, mas moderno, como se, mesmo em cores, desse a impressão de ser um dos trabalhos fundamentais de Hollywood, da Era de Ouro ou de antes, em que o preto-e-branco era recurso imprescindível a fim de contar aquela história, o filme de Gore Verbinski abusa de composições pálidas, como se os cinzas, o verde-musgo e o azul-celeste da fotografia de Bojan Bazelli dessem forma à atmosfera de sonho que é a essência mesma da história.

Eu não sei como está o clima na sua casa, mas na minha está uma atmosfera deliciosa de pré-Copa-Natal-Apocalipse. Sem falar no climinha europeu que tomou conta do país, que inclui um friozinho delicioso e uma pitadinha de nazismo. Se você está feliz, ansioso, entusiasmado e também aterrorizado com os rumos da vida, jogue tudo para o ar e assista essas produções novas da Netflix para esquecer um pouco da realidade e mergulhar na ficção durante o fim de semana.