5 livros brasileiros que venderam mais no exterior do que no Brasil

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Há quem diga que santo de casa não faz milagre. No caso da literatura brasileira, às vezes parece que a estante de casa também não faz muita questão. Enquanto alguns autores lutam para ser notados no próprio bairro, suas obras atravessam oceanos, são debatidas em universidades estrangeiras e ganham edições caprichadas em línguas que mal conseguimos pronunciar. É como se o Brasil dissesse: “vai, mas não me chama de mãe”.

Recorde insano: este livro tem uma única frase com mais 1.280 palavras (e você achava que escrevia demais)

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A frase se arrasta como um rio que esqueceu de desembocar no mar, cresce em redemoinhos que se repetem, que se ampliam, que retornam, como se a linguagem em si tivesse sido lançada ao delírio de narrar sem parar, um balbucio ritmado, controlado pela angústia da memória e pela obstinação da culpa, enquanto o leitor, coitado, já perdeu a conta das vírgulas e dos sujeitos, já desistiu de encontrar o verbo principal, mas segue, hipnotizado por esse fluxo que não flui, esse tempo que não passa, essa frase que parece escrita por alguém que nunca mais dormiu.

O livro que mais pessoas mentem já ter lido

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Entre páginas de papel fino e letras miúdas, como se desenhadas a lápis numa tarde sonolenta de domingo, repousa um dos livros mais mencionados e menos verdadeiramente lidos do mundo. Fala-se muito nele, nas mesas dos cafés literários e nas conversas informais que fingem casualidade, mas ninguém admite francamente o abandono precoce, a incompreensão das primeiras linhas, a dificuldade em avançar além do ritual memorável do chá e da madeleine. Parece haver um acordo tácito, um pacto discreto entre leitores imaginários e páginas nunca plenamente abertas.

10 livros brasileiros recentes que ninguém quer admitir que abandonou na metade

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Vamos encarar os fatos: abandonar um livro é uma arte tão silenciosa quanto um peido no elevador. A gente finge que nada aconteceu, mantém a coluna ereta e continua falando sobre a “força da escrita” com aquela cara de quem chegou ao epílogo com lágrimas nos olhos, e não parou em 23% no Kindle. Todo mundo tem aquele título que jurou amar, só não teve tempo ainda de terminar, há quatro anos. Não importa se foi por cansaço, confusão, narração experimental ou pura e simples distração (a geladeira piscou, né?), o importante é manter a pose.

7 livros tão chatos que são perfeitos para castigar adolescentes rebeldes

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Se você já teve que negociar com um adolescente rebelde, sabe que a diplomacia muitas vezes é inútil e o Wi-Fi cortado dura pouco. É preciso criatividade, ousadia, e, por que não, um certo toque literário de crueldade. Afinal, por que discutir por horas com um ser humano que responde com “tanto faz”, se você pode simplesmente impor como castigo a leitura integral, sem pular uma vírgula, de uma descrição geológica de 37 páginas?