Diretor experiente, apesar de quase anônimo fora da Índia, Ajay Singh, sabe que o bom suspense transita entre a constância e a instabilidade de seus personagens e, mais importante, tira proveito das situações corriqueiras de que lança mão quando já se instalou o caos para não deixar que falte ao público o turbilhão de emoções dessas histórias. É o que se tem em “Roubo pelos Ares”, história de um crime, um amor e uma vingança.

Um jogo misterioso de sobrevivente coloca 50 desconhecidos em um círculo. Quando alguém decide sair dele, morre. Aos poucos, o grupo entende a lógica da situação. O grupo precisa escolher, sem precisar dizer em voz alta, quem escolhem para morrer. O tempo é curto e só haverá um sobrevivente no final. Apesar do destino da maioria já estar condenado, eles precisam articular para que o vencedor seja a melhor realmente o merecedor.

Um suspense psicológico que vai te deixar com a pulga atrás da orelha, “La Misma Sangre” é um filme argentino de Miguel Cohan e com atuação do célebre Oscar Martínez. No enredo, a morte misteriosa e trágica de uma matriarca provoca um jogo mental entre membros de uma família que desconfia que o acidente pode, na verdade, ter sido um crime.

Em “Emma.”, de Autumn de Wilde, o estilo de Austen consegue muito bem ser traduzido para a tela, em uma narrativa elegante e perspicaz e uma estética estilosa e refinadamente barroca. Ainda passa um ar de uma sociedade pura e sempre limpa, talvez uma ironia de Wilde, já que “Emma” e qualquer outra obra da escritora tenha o objetivo de mostrar a sujeira varrida para debaixo do tapete dessa gente.

Crítica de teor social, ainda que diluído, em “A Incrível História da Ilha das Rosas” o diretor Sydney Sibilia traz a história verídica do engenheiro Giorgio Rosa, cujos tédio e indignação obrigam-no a fundar uma ilha no litoral da Itália. Essa atmosfera de sublevação frequente contra o estabelecido e a busca incessante por liberdade detonaram ao redor de todo o planeta a urgência de se tomar a natureza humana, o homem em sua configuração mais íntima e a vida ela mesma sob uma perspectiva diferente, nova, revolucionária.