O amor e sua fantástica loteria dos encontros

O amor e sua fantástica loteria dos encontros

Sim, eu concordo. O amor não é só questão de sorte. A gente não senta e espera. O amor não cai do céu. Essa gente que ainda acredita no amor vai em busca e faz a coisa acontecer. Transforma sentimentos tímidos em relações risonhas, multiplica situações amorosas, se lança, se joga, trabalha para construir e fortalecer o amor. Então, pensando assim, nossa tão sonhada felicidade afetiva não há de ser somente um privilégio dos sortudos. Mas, cá entre nós, o acaso tem um papel determinante nisso tudo. Ah, tem!

Faça tudo comigo. Mas não minta para mim

Faça tudo comigo. Mas não minta para mim

Faça tudo comigo. Me xingue, me bata, me empurre. Mas não minta para mim. Bote o dedo na minha cara, me acuse, me humilhe, me chame do que quiser. Mas não minta para mim. Me ignore, finja não me ver, não me ouvir, não me dê a mínima. Mas não minta para mim.

A vida é um sonho pro tolo que vive aqui

A vida é um sonho pro tolo que vive aqui

Vagando nas ruas de São Paulo, tentando chegar vivo em casa, um louco me disse “Cara, eu tô com um palpite, acho que hoje vai chover canivete”. Porra, não acredite nas previsões de um patife! A vida é um sonho pro tolo que vive aqui. Penando dentro de um metrô, mais cheio que um elevador, um velho mudo me disse “Cara, eu vou ter um chilique, uma gestante vai parir no meu pé”. Porra, não acredite nas manhas de um patife! A vida é um sonho pro tolo que vive aqui.

Podemos estar separados por distâncias, mas estamos juntos pelos mesmos sonhos

Podemos estar separados por distâncias, mas estamos juntos pelos mesmos sonhos

Sentada na janela do trem, vi ovelhas num vale de infinito verde, cujo horizonte era delimitado pelo crepúsculo anunciando a noite calma, seus últimos raios de luz iluminando o céu em azul, púrpura, laranja e amarelo. A paisagem bucólica se misturava às casas escocesas feitas de pedras sólidas dos séculos passados. Enquanto as cenas através da janela iam ficando para trás, junto com os meus bons e ruins dias já vividos, eu mirei a esperança na próxima estação, porque ela sempre espera a coragem de quem se encontra na solidão para seguir adiante.

O tempo passa como um rio que nos olha sem parar

O tempo passa como um rio que nos olha sem parar

Era um folguedo antigo, lembra? Jogar bolas de gude, no cimento da praça. Ou tampinhas de refrigerante. Como é também um tanto desbotada a palavra folguedo, mas que goza, entretanto, de um frescor artesanal. Frescor que passeia livre em nossas pueris lembranças. Nossos olhos já brincavam de ziguezaguear à toa, se intrometendo em nossas infâncias, algumas travessuras mescladas ao sumo de maduras carambolas, roubadas gostosamente do pé da casa das tias ou vizinhas.