A vida é uma viagem que embarcamos sem saber qual o destino

A vida é uma viagem que embarcamos sem saber qual o destino

O olhar melancólico do meu cachorro, deitado na sacada e assistindo a chuva lá fora, me fez pensar como nem sempre algumas coisas são do jeito que gostaríamos. Tudo o que o meu cãozinho Kaká queria era sair de casa, batizar os postes das ruas e fazer seu passeio diário. Então, lhe mostrei a tempestade para explicar por que aquele dia não tinha “vamos passear!”

Se você não escolhe a sua vida, alguém escolhe por você

Lembra daquele jogo de tabuleiro que avançávamos tantas casas, depois voltávamos ao princípio, ficávamos ricos e, logo em seguida, pobres? A vida funciona mais ou menos assim. Os problemas surgem e a existência nos cobra uma decisão. Cabe a nós escolhermos as saídas, optar por ter filho ou comprar uma bicicleta, decidir pela fortuna ou pela família. Tem gente que possui o dom de ganhar mais do que perder. Talvez nem seja dom, e sim algum motivo de sorte ou sabedoria, dedicação, quem sabe, destino.

Eu não preciso de delação premiada para confessar o quanto odeio tudo isso

Eu não preciso de delação premiada para confessar o quanto odeio tudo isso

Pode parecer veadagem da minha parte, mas senti uma vontade danada de me casar com aquele cara. Era um pilantra garrido, rico a granel, de pele boa, com um charmoso sotaque carioca, e que transmitia uma segurança do cacete. Pensei deve ter tido aulas de oratória com o cão-tinhoso. Valendo-se de um português perfeito, o pulha de black-tie garantiu que repatriaria cerca de duzentos milhões de patacas, a pedido da Polícia Federal, da Procuradoria Geral da União, do Papa Francisco e da Xuxa.

Elogio do imobilismo

Elogio do imobilismo

Somos o mais filosófico dentre as centenas de povos do planeta. Poucos apreciam perder o tempo que desperdiçamos em meio a contradições intermináveis. Adoramos confundir lerdeza intelectual com sabedoria, e o infinito com o indefinido. Em consequência, adiamos a realização do possível, sem prazo de validade. Somos — quem sabe? — mais pacientes que japoneses, chineses, tibetanos, vietnamitas, tailandeses e demais povos orientais, juntos. Somos mais filosóficos que alemães, franceses, ingleses, austríacos e dinamarqueses. Precisamos de tempo e de sossego para pensar e adiar as decisões necessárias. Não gostamos de nos mexer, a não ser o inevitável, se possível apenas o mindinho.