Autor: Rebeca Bedone

O coração é um tsunami de “sim” e “não”

O coração é um tsunami de “sim” e “não”

Você assiste a um jornal na televisão e, lá pela sexta notícia, percebe que até então nada de bom e feliz foi falado. De repente, um terremoto invade seu coração, bagunçando o alicerce da sua certeza. O mesmo sentimento levantou um turbilhão de angústia quando seu olhar foi arrastado pelo tornado impiedoso que levou casas, árvores e vidas. Você se sentiu desmoronar ao assistir aquelas pessoas perderem seus risos e a esperança.

Para envelhecer sem morrer aos poucos

Para envelhecer sem morrer aos poucos

Outro dia antendi um senhor diabético que é meu paciente há dois anos. Se tiver alguém que é a cara da esperança, é este senhor. Entra na sala com dificuldade, encurvado e apoiado em sua bengala, anda lentamente por causa da sequela do derrame cerebral, vira na minha direção quando o chamo, já que não enxerga há alguns anos, e sorri para mim o sorriso da sua felicidade.

Antes só do que amado pela metade. Sozinhos somos inteiros

Antes só do que amado pela metade. Sozinhos somos inteiros

Você não queria, mas disse adeus. Não havia nada mais que fizesse aquele amor ficar. Restaram somente você e os sonhos que um dia foram de duas pessoas. No vazio do quarto silencioso, sua vontade de se levantar ficava escondida no canto mais frio debaixo da cama. Estava tudo fora do lugar. Móveis, objetos e pensamentos se perderam na bagunça da despedida, na partilha para decidir quem fica com o quê. Murcharam-se as flores do canteiro da janela e você se esqueceu por que precisava sair de casa para viver.