Autor: Rebeca Bedone

Apaixone-se. Às vezes a primavera chega mais cedo, mesmo ainda sendo inverno em nossos corações

Apaixone-se. Às vezes a primavera chega mais cedo, mesmo ainda sendo inverno em nossos corações

Já há tanta coisa acontecendo ao nosso redor. Esforços e fracassos, romances e desamores, vitórias e perdas. E você, que esteve entre fins e recomeços, conhece bem aquela sensação de saber muito pouco a seu próprio respeito. Houve uma época em que vivia fugindo de si mesmo. Permanecia em um sono profundo, como se flutuasse sobre as nuvens invisíveis da desesperança. Era deveras surdo. Escondia-se atrás de relações rasas e egoístas. Fumava demais e se exercitava pouco, e nem se importava. Anestesiado, tocava a vida.

Por que tanta gritaria? Se não tiver algo de bom a dizer, é melhor não dizer nada

Por que tanta gritaria? Se não tiver algo de bom a dizer, é melhor não dizer nada

Às vezes, você se sente como estivesse velejando para casa num bote salva-vidas. Teu coração está cansado de tanta mentira. Tem vontade de gritar para todo mundo ouvir: “Parem de mentir!” Sim, parem de espalhar notícias pelas redes sociais sem se certificarem se são verdadeiras. Chega de serem os ‘donos da verdade’ em discussões por bobagens. E, nos debates sérios, tenham respeito e tolerância. Seus olhos e ouvidos não aguentam mais tanto ódio e picuinha compartilhados à toa.

Somos colecionadores de abismos. Mas ainda somos feitos de sonhos

Somos colecionadores de abismos. Mas ainda somos feitos de sonhos

No meio a tanta fome e tristeza, entre violência e guerras e medo, você se sente pequeno. Mas, mesmo assim, pela janela do seu coração, você quer acenar para a vida como quem assiste a banda passar. Apesar de toda perda, quer acreditar que para cada pergunta haverá uma reposta. Mesmo quando o dia amanhecer cinzento e tudo feder a falsidade, e amargo for o sabor do mundo, você quer continuar acreditando na bondade.

O que realmente importa mora dentro de nós. O resto são expectativas alheias

É preciso reinventar a vida, apesar das dificuldades. As guerras existem e a morte está por todo lado, como um sertão de tristezas. Mas, por mais difícil que possa parecer, ‘desaprisionar’ a alma é criar um lugar só nosso para preenchê-lo de vazios. Mesmo que nada dure para sempre, a vida continua para os que ficam. E a cada passagem da vida, não somos mais os mesmos. Estamos sempre nos reinventando.